Sem mostrar evidências, Bolsonaro afirma que PT compra pesquisas eleitorais

Declaração ocorre após pesquisa apontar ampliação da vantagem na corrida presidencial de seu principal adversário, o ex-presidente Lula

30 mai 2022 - 20h12
(atualizado às 21h27)
Presidente deu entrevista ao programa "Alerta Nacional", de Sikêra Jr
Presidente deu entrevista ao programa "Alerta Nacional", de Sikêra Jr
Foto: fdr

Sem mostrar evidências, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o PT compra pesquisas eleitorais, após a divulgação de resultados que mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a frente dele na corrida presencial nas eleições de 2022. A afirmação foi feita durante entrevista ao programa "Alerta Nacional", de Sikêra Jr, exibido nesta segunda-feira, 30. 

Durante a entrevista, Bolsonaro disse que uma delação produzida pelo ex-ministro Antonio Palocci apontou que o PT comprava pesquisas eleitorais. "Tem uma delação do Palocci que diz que o PT comprava pesquisas para divulgar apenas o que interessava para eles, ou potencializava número de pesquisas. Essa é uma realidade. Diz o Datafolha que ele tem 45% e eu abaixo de 30, ele tinha que fazer uma motociata de Manaus a Boa Vista. Encher de gente", relatou ao questionar a popularidade de Lula.  

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O presidente também afirmou que rival petista não é bem visto pela população e que defende pautas que vão na contramão dos interesses cristãos. "Quando você fala do público cristão, ele defende abertamente a questão do aborto, ele diz que vai colocar em seu devido lugar padres e pastores. Ele defende a ideologia de gênero, então com isso tudo não tem como essa cara ter tudo isso na pesquisa", acrescentou. 

Voltou a questionar eficácia da vacina 

Ainda durante participação no programa, Bolsonaro voltou a questionar a eficácia da CoronaVac ao falar sobre o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que desistiu de disputar a Presidência da República. 

"Zero dividido por cinco, quanto é? É o que ele tinha [de votos]. Ele tentou fazer a campanha em cima da CoronaVac e de onde vem essa vacina? Da China, não é? E o que está acontecendo na China? Uma epidemia de coronavírus. Ué, então o chinês não foi vacinado? Ou qual a validade da vacina? Não sabemos disso", disse o presidente, que, sem embasamento algum, desconsiderou as evidências científicas. 

Segundo um estudo publicado no 'New England Journal of Medicine',  a CoronaVac teve 86% de eficácia na prevenção de mortes causadas pela covid-19 no Chile. O estudo foi realizado com o acompanhamento dos resultados de 10,2 milhões de pessoas vacinadas com as duas doses da CoronaVac entre 2 de fevereiro a 1º de maio de 2021.

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Entre as pessoas que foram totalmente imunizadas, a eficácia da vacina foi de 65,9% para a prevenção de covid-19, de 87,5% para a prevenção de hospitalização, de 90,3% para a prevenção de internações em UTI, e de 86,3% para a prevenção de morte relacionada à doença.

Petrobras

O presidente também afirmou que a Petrobras, a maior empresa brasileira, pode "quebrar o Brasil" se houver novos aumentos do diesel. Ele assumiu que há risco de desabastecimento do combustível, o que pode obrigar o racionamento, caso a situação se agrave. 

“Não (temos risco de desabastecimento) ainda. Nós precisamos de refino. Se o mundo subir muito o preço dos combustíveis, não destilar lá fora, não refinar, pode faltar, não só para nós, para o mundo todo. Temos que importar gasolina e diesel porque não temos capacidade de refino”, afirmou. 

Bolsonaro também falou na necessidade de uma campanha para economizar diesel, caso a situação do abastecimento se agrave. Ele afirmou que o País tem estoque suficiente para garantir 40 dias do combustível, sem importação. A Petrobras enviou ofício ao Ministério de Minas e Energia (MME) no início da semana passada com alerta sobre a possibilidade de faltar diesel no Brasil. 

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Fonte: Redação Terra
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