Legislativo italiano abre caminho para que líder de extrema direita seja processado por impedir desembarque de migrantes na sua gestão como ministro do Interior. Ele pode ser condenado a até 15 anos de prisão.O Senado italiano decidiu nesta quarta-feira (12/02) retirar a imunidade parlamentar do ex-ministro do Interior Matteo Salvini. Foram 152 votos a favor e 76 contra a remoção da proteção legal que o impedia de ser julgado.
A decisão abre caminho para que o político seja processado por causa de sua política rígida contra refugiados durante seu período como ministro do Interior e vice-premiê italiano.
Salvini, que é chefe do partido de extrema direita Liga, é acusado de "abuso de poder" e "privação de liberdade" por um tribunal em Catania, na Sicília. O resultado da decisão foi exibido brevemente em um placar eletrônico no Senado. Oficialmente, entretanto, o anúncio foi confirmado horas depois.
O caso na Catania ocorreu em julho passado, quando Salvini impediu que 116 migrantes desembarcassem do navio Gregoretti, da guarda costeira italiana. Responsável por um curso linha-dura em política de refugiados quando fazia parte do governo italiano, ele se recusou a permitir que o navio entrasse em um porto italiano por vários dias.
"Defendi a Itália. Tenho total e completa fé no sistema judiciário", afirmou Salvini após a votação. "Não estou preocupado e tenho orgulho do que fiz", disse ele, acrescentando que "faria de novo quando voltar ao poder".
O ex-ministro pode pegar uma pena de até 15 anos de prisão se for condenado. Além disso, pode ser banido de atividades políticas por até oito anos.
Em janeiro, o comitê parlamentar responsável pelo caso já havia votado a favor da retirada da imunidade de Salvini.
MD/dpa/afp
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