Nesta quarta-feira (5), a sessão do Conselho de Ética da Câmara terminou em embate físico entre deputados. A assembleia retirou acusações de suspeita "rachadinha" do deputado federal André Janones (Avante-MG), que se envolveu em tumulto com parlamentares bolsonaristas.
No momento de finalização da sessão, um grupo de deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo Nikolas Ferreira (PL-MG), se aglomerou na primeira fila da Câmara e começou a xingar Janones, que respondeu chamando os parlamentares de "gado".
Logo depois, Janones e Nikolas ameaçaram partir para a agressão. Ali se iniciou um tumulto generalizado e alguns deputados, inclusive, tiveram que ser fisicamente contidos. Veja:
A sessão sobre acusações contra Janones
Toda a sessão da tarde desta quarta-feira (5) foi marcada por confusões. O Conselho de Ética se reuniu para averiguar o parecer apresentado por Guilherme Boulos (PSOL-SP), o qual foi aprovado e arquivou a representação contra Janones.
Foram 12 votos a favor e 5 contra o arquivamento do caso. Boulos, porém, deixou a sessão antes do resultado ser anunciado e não estava presente durante o tumulto.
A Câmara estava cheia de parlamentares bolosonaristas, inclusive os não pertencentes ao Conselho. Os que faziam parte do Conselho de Ética discursaram contra Janones e Boulos, citando, inclusive, a pré-candidatura do deputado à prefeitura de São Paulo.
Pablo Marçal (PRTB), pré-candidato à prefeitura da capital paulista, não é deputado, mas foi autorizado a participar da sessão e bateu boca com Boulos. O deputado afirmou que os parlamentares apoiadores do ex-presidente levaram um "coach picareta" para a sessão e que ele poderia vender sua candidatura à prefeitura a Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito.
Em seu discurso, Boulos afirmou não ter analisado o mérito do caso e que, se a Justiça revelar que Janones cometeu o crime, ele deverá ser punido. O parlamentar que estava sendo acusado reafirmou sua inocência.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini