Simone Tebet diz que MDB é 'maior que seis caciques' e cita 'puxada de tapete' em sabatina no JN

Candidata do MDB à Presidência é a última entrevistada da TV Globo

26 ago 2022 - 21h28
(atualizado às 21h59)
Simone Tebet no JN
Simone Tebet no JN
Foto: TV Globo / Reprodução

Candidata à Presidência da República, Simone Tebet (MDB) admitiu nesta sexta-feira, 26, durante sabatina ao Jornal Nacional, da TV Globo, que seu partido fez parte de escândalos de corrupção como o petrolão, durante o governo do PT, e disse que precisou vencer uma “maratona” para se manter com um dos nomes da chamada terceira via na disputa ao Palácio do Planalto

Na entrevista, a senadora afirmou uma ala da sigla tentou “puxar o seu tapete” na disputa ao Planalto, mas ressaltou que o MDB é “maior do que seis caciques”. “Tentaram levar o partido para (ex-presidente) Lula, judicializaram minha candidatura e foi rejeitada ação”, afirmou. “O MDB é um partido ético. Essa meia dúzia que esteve envolvida no petrolão do PT não está conosco”. 

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Simone entrou na corrida presidencial como a candidata da chamada terceira via, após desistências de nomes como o do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e do ex-governador João Doria (PSDB). Além disso, ela enfrentou resistência de seu próprio partido - uma ala do MDB defendia apoio a Lula já no primeiro turno das eleições. Ela afirmou que a “polarização” entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro “cooptou” alguns companheiros do partido. 

A emedebista reservou a maior parte dos primeiro minutos da entrevista para fazer críticas às gestões de Lula e de Bolsonaro. “Eu sou a candidata de muitas pessoas que não querem voltar ao passado e não querem permanecer no presente”, disse. “Estamos diante de uma polarização política e ideológica que está levando o Brasil ao abismo.”

Simone defendeu ainda o fortalecimento de mecanismos de transparência e fiscalização para o combate à corrupção. “Vamos estar investindo na independência no Ministério Público. No meu governo, vai haver transparência absoluta. Temos que deixar de lado esse presidencialismo de coalizão, que é de cooptação, que aconteceu no mensalão”, disse. Ela defendeu um “presidencialismo de conciliação”, trazendo para perto quem pensa como sua gestão.

Durante a sabatina, a senadora prometeu, se eleita, indicar o mesmo número de homens e mulheres em seu ministério. Ela foi questionada sobre como pretende cumprir a medida, uma vez que o próprio partido, o MDB, indicou 66% das candidaturas de homens para a disputa deste ano.

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“Não é só do meu partido. São de todos os partidos. Eles só cumprem a cota”, disse.

Orçamento secreto

A senadora afirmou que pretende combater a prática do orçamento secreto “abrindo as contas dos ministérios”. “Não é com diálogo apenas. Uma portaria para que todos os ministros abram as contas dos seus ministérios. A partir do momento que a gente abre essas contas, a gente coloca os órgãos de fiscalização e controle e o orçamento secreto acaba rapidinho”, disse.

A senadora foi a última convidada da série de entrevistas que recebeu os principais presidenciáveis ao longo da semana, marcada pelo início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Foram sabatinados o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

De acordo com o agregador de pesquisas eleitorais do Estadão Dados, a candidata do MDB tinha média de 2% das intenções de voto, mesmo número de uma semana atrás. No mais recente levantamento Datafolha, ela também aparece com 2%.

Mais cedo, em sabatina aos jornais O Globo e Valor Econômico e da rádio CBN, a emedebista havia prometido que metade dos ministérios de seu governo será ocupada por mulheres, se eleita. Ela tem feito reiterados acenos ao eleitorado feminino durante sua campanha, usando a importância da presença de mulheres em cargos do Executivo como ativo eleitoral.

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