"Soltou a Juma", "liberdade ameaçada" e presidente "repugnante": como candidatos reagiram ao ato pela democracia

O ex-governador e candidato ao Senado pelo PSB esteve no ato em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP

11 ago 2022 - 13h05
(atualizado às 17h58)
Cartas em defesa da democracia são lidas em ato na USP
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Candidatos às eleições deste ano que marcaram presença na leitura da carta em defesa da democracia nesta quinta-feira, 11, na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, fizeram críticas ao atual governo de Jair Bolsonaro (PL) e manifestaram preocupação com a polarização que novamente marca o País.

Apesar de ser um evento marcado por um discurso em oposição ao chefe do Executivo, a reportagem do Terra flagrou ex e atuais aliados de Bolsonaro na manifestação que, segundo a organização, reuniu 18 mil participantesna capital paulista.

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A carta reúne quase 1 milhão de assinaturas, inclusive de presidenciáveis e candidatos às eleições de outubro, exceto Bolsonaro. O presidente, inclusive, debochou da iniciativa quando foi convidado a apoiar o documento. 

Veja como candidatos reagiram ao ato pela democracia. 

Fernando Haddad, ex-prefeito e candidato do PT ao governo de São Paulo

Fernando Haddad
Fernando Haddad
Foto: Estadão

"Esse ato só existe porque as liberdades estão ameaçadas e isso é inaceitável. Um governo que atenta contra as liberdades todos os dias, precisa de uma resposta a altura. Viemos aqui dizer que não vamos abrir mão do que conquistamos com a redemocratização". 

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Márcio França, ex-governador e candidato ao Senado pelo PSB

"Soltou uma Juma Marruá", diz Márcio França em ato pela democracia
Foto: Ronaldo Silva / Futura Press

"Sinceramente, Bolsonaro poderia ter matado o assunto se ele assinasse essa carta. Ia todo mundo querer tirar o nome da carta e assim por diante. Mas ele gosta do conflito, ele joga com isso. E ao contrário do que falam, ele é bom nisso, ele sabe o que está fazendo, mas às vezes as coisas acontecem de maneira que a gente não imaginava. As vezes um errinho produz um fósforo que incendeia uma ideia. Ele brincar com esse assunto sobre o limite ou não da democracia soltou uma Juma Marruá que estava meio que amortecida e misturou a sociedade, setores do economia, bancos".

Joice Hasselmann, ex-aliada de Bolsonaro e candidata a reeleição a deputada federal pelo PSDB

Joice Hasselmann em ato na USP
Foto: Ronaldo Silva / Futura Press

"O que a gente está vendo é nossa democracia sendo, dia sim, dia também, aviltada. Estamos sob ameaça, sim. Se fosse possível até esse momento um golpe ser aplicado pelo atual presidente do País, ele teria aplicado. [Bolsonaro] não vai desitir, independente do resultado disso. A gente não pode esperar algo diferente dele, porque ele é aquilo: um ser repugnante, que odeia democracia, que quer que as liberdades sejam todas cassadas. A única liberdade que ele preza é a dele e dos filhos. Eu não esperava nenhuma reação diferente. Não tinha expectativa nenhuma"

Eduardo Suplicy, ex-senador e candidato a deputado estadual pelo PT 

Eduardo Suplicy
Foto: Estadão

"Eu participei do ato pela democracia em 1977 [durante a ditadura militar] e foi o que me estimulou a, inclusive, me tornar deputado federal, sobretudo lutando pela democracia e pelas Diretas Já. Lutamos muito, e agora o [candidato à Presidência] Lula pediu queeu fosse candidato a deputado estadual para ajudar a campanha e acabei aceitando. Estou recordando essas duas coisas, achei maravilhoso o ato". 

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Coronel Tadeu, aliado de Bolsonaro e candidato à reeleição a deputado federal pelo PL

Deputado federal Coronel Tadeu, do PL
Foto: Karen Lemos/Terra

"Eu não assinei [a carta] porque eu vi que não tem nada de democrático nela. O presidente defende eleições limpas, isso é mais do que democrático para todos nós. Alguém duvida que esse procedimento precise de um protocolo de segurança mais apurado? É só isso que Bolsonaro está pregando. Ninguém me barrou aqui, mas escutei muitas pessoas dizendo assim: 'esse coronel é corajoso, esse cara é 'peitudo''. Ora, disso eu entendo que não é para eu estar aqui, então? Não é um campo democrático? As pessoas me veem, tiram fotos, acham estranho, né? Ninguém esperava que um bolsonarista estaria aqui."

Jair Bolsonaro, presidente e candidato a reeleição pelo PL

O governo Jair Bolsonaro (PL) e a campanha à reeleição do presidente buscaram minimizar os atos O presidente, ministros e coordenadores de campanha traçaram a estratégia de colar a iniciativa à oposição e trataram o manifesto como algo menor. Bolsonaro optou, por enquanto, por ignorar o tema em público, depois de dizer que não assinaria a "cartinha".

"Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobrás reduziu, mais uma vez, o preço do diesel", escreveu o presidente nas redes sociais, após meses de alta nos combustíveis, que elevaram a inflação. "A redução representa queda de R$ 0,22 por litro. O presente mês acumula redução de R$ 0,42 por litro de diesel. Já estamos entre os países com o menor preço médio de combustíveis do mundo, no cenário atual", comparou Bolsonaro.

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Os bolsonaristas também defendem que a reação aos atos de hoje ocorrerá no Sete de Setembro, quando o presidente convocou seus militantes para irem às ruas "pela última vez" dar recados a "surdos de capa preta" - referência a ministros do Supremo Tribunal Federal. 

Fonte: Redação Terra
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