A segurança pública no estado de São Paulo tem sido foco de preocupações e debates intensos, especialmente com a repercussão de casos recentes de violência policial. Em meio a esse cenário, o governador Tarcísio de Freitas foi questionado nesta quarta-feira, 4, sobre a atuação do atual secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. O governador se restringiu a elogiar o trabalho de Derrite mencionando dados estatísticos, mas sem apresentar números específicos. "Olha os números que você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]", disse ele.
Durante visita a Brasília, onde foi agraciado com uma honra da Câmara dos Deputados, Tarcísio destacou a importância das estatísticas para avaliar a segurança pública, mas não detalhou quais números possuía. A viagem ocorreu em um momento delicado, marcado por críticas ao aumento da violência policial no estado, tema que não poderia ser evitado por aqueles no poder legislativo e nas esferas de direitos humanos.
Estou acionando o Ministério Público por mais um caso de violência policial cometido em São Paulo.
Em vídeo postado nas redes, é possível ver a PM do 9° Batalhão do Tucuruvi agredindo covardemente um homem negro. Foi ele mesmo que acionou a PM após ter sido ameaçado com uma FACA… pic.twitter.com/suCsx33OLL
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) April 25, 2024
Situação de violência policial no estado
A violência policial em São Paulo tem dominado as pautas, principalmente após casos impactantes virem à tona. Um exemplo recente envolve um jovem de 25 anos arremessado de uma ponte por um policial militar na Zona Sul de São Paulo. Apesar da gravidade do ato, o governador afirmou que o jovem não morreu, reportando apenas ferimentos leves, e garantiu que medidas seriam tomadas.
Outros incidentes, como o caso de Gabriel, jovem negro de 26 anos executado por um policial de folga em um mercado, ressaltam a crescente preocupação. Gabriel, que havia furtado pacotes de sabão, foi alvejado pelas costas enquanto tentava fugir. Dados divulgados refletem um aumento de 46% nas mortes cometidas por policiais no ano vigente até 17 de novembro, com um total de 673 mortes registradas.
O aumento da letalidade policial em São Paulo tem múltiplas implicações. Além de pressionar a administração pública por respostas e ações concretas, esses casos impactam o tecido social, alimentando o debate sobre o uso de força pelas forças de segurança. A média de duas mortes por dia devido à ação policial sublinha a urgência em se discutir estratégias para mitigar a violência e garantir direitos humanos.
Entidades de direitos humanos, especialistas e deputados como Erika Hilton enfatizam a importância de se avaliar e reestruturar protocolos de segurança, destacando a necessidade de investimento em treinamento e abordagem comunitária. Essas medidas, segundo eles, seriam passos essenciais para reduzir a violência e melhorar o relacionamento entre policiais e comunidades.