No campo da medicina, cada avanço representa uma nova esperança para milhares de pacientes. Neste contexto, o Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP desponta com a introdução de técnicas de cirurgia robótica, oferecendo tratamentos menos invasivos e mais precisos. Este novo procedimento está sendo inicializado em 2024, sinalizando um marco no atendimento médico, especialmente em procedimentos ginecológicos complexos.
Cirurgias robóticas proporcionam um grande avanço, permitindo a realização de operações complexas com menos trauma para o corpo humano. No Hospital das Clínicas, a tecnologia serve para a remoção do útero, tratamento de endometriose e excisão de cânceres. A precisão do procedimento é aprimorada com o uso de braços robóticos controlados por um cirurgião através de um console, gerando assim confiança tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes.
Como funciona o procedimento?
Realizar uma cirurgia com a ajuda de robôs pode parecer algo saído de um filme de ficção científica, mas é uma realidade no HC. O médico Sérgio Contes Ribeiro explica que o processo envolve pequenos cortes na região do abdômen, por onde pequenas ferramentas robóticas entram para realizar o procedimento. Isso é feito com uma precisão que supera a habilidade humana convencional, garantindo uma intervenção minimamente invasiva e eficaz.
Normalmente, são feitos três pequenos cortes, com um principal de um centímetro no umbigo, permitindo a passagem de câmeras e instrumentos. A visualização do interior do corpo é ampliada em até 20 vezes, proporcionando aos cirurgiões uma visão detalhada e clara, o que é crucial para o sucesso do procedimento.
Cirurgia robótica
Muitos se perguntam sobre o tempo de recuperação após uma cirurgia robótica. A vantagem mais notável desse avanço tecnológico é a celeridade com que os pacientes retornam às suas atividades normais. Em muitos casos, é possível deixar o hospital no mesmo dia ou no dia seguinte, uma realidade que parecia impossível há alguns anos.
No entanto, apesar dos cortes menores e menos intrusivos, o repouso pós-operatório ainda é necessário. A cirugia interna continua sendo complexa, semelhante aos métodos tradicionais, mas com a vantagem de causar menos trauma externo. Ainda, decisões quanto ao uso de técnicas tradicionais podem ser tomadas caso o médico avalie como mais seguro para o paciente.
Quais os desafios da medicina robótica?
Embora a tecnologia esteja revolucionando a medicina, ainda enfrenta desafios significativos. O principal deles é o custo elevado, devido à necessidade de equipamentos de ponta. Assim, o acesso ainda é restrito a hospitais de grande porte e centros médicos de excelência.
Além disso, a formação de profissionais capacitados para o manuseio dos robôs é um ponto crítico. Na USP, o currículo foi ampliado para incluir esta tecnologia nos programas de residência médica. Cursos de extensão também são oferecidos, visando preparar cirurgiões que não tiveram essa oportunidade em sua formação inicial.
Com o avanço e disseminação do conhecimento, espera-se que a técnica se torne cada vez mais acessível, democratizando o acesso a tratamentos mais seguros e menos invasivos para um número crescente de pacientes.
