Thiago Brennand: advogados de vítimas vão acompanhar processo de extradição

Empresário, que estava foragido e foi preso no exterior, vai responder por mais crimes no Brasil

14 out 2022 - 17h51
(atualizado às 17h52)
Thiago Brennand foi preso nesta quinta-feira, 13, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes
Thiago Brennand foi preso nesta quinta-feira, 13, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes
Foto: Facebook/Reprodução / Estadão

Advogados das vítimas do empresário Thiago Brennand, preso nessa quinta-feira, 13,  em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, vão acompanhar de perto o processo de extradição e repatriação do acusado, que deve responder por diversos crimes, como agressão e estupro, no Brasil.

Segundo informações da coluna de Fausto Macedo, do Estadão, a extradição deve ocorrer nos próximos dias. Até lá, Brennand permanece sob a custódia da Interpol nos Emirados Árabes.

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O empresário é considerado foragido da Justiça brasileira desde 23 de setembro, quando esgotou o prazo para que o acusado se apresentasse às autoridades no caso de agressão contra a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia de ginástica de luxo no Shopping Iguatemi, na zona oeste de São Paulo. Além deste caso, ao menos outras 15 mulheres registraram denúncias contra Brennand.

À coluna de Macedo, a advogada Gabriela Manssur, que representa algumas das vítimas, diz que solicitará "providências necessárias ao Ministério da Justiça, ao Ministério de Relações Exteriores e ao Ministério Público a imediata repatriação de Thiago Brennand, para que aqui no Brasil seja aplicada a lei". A advogada celebrou a prisão do empresário no exterior. Para ela, isso é uma prova de que "ninguém está acima da lei".

Nesta sexta-feira, o Ministério Público de São Paulo apresentou novas denúncias contra o empresário, que referem-se a uma única vítima - a mulher de Recife que foi mantida em cárcere privado e teve as iniciais do agressor tatuadas em seu corpo.

Apenas contra a vítima de Recife, o MP aponta que o empresário cometeu o crime de estupro cinco vezes, além de cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima - esses relacionados ao uso de força para tatuar suas iniciais na mulher. A promotoria apontou ainda constrangimento ilegal praticado três vezes, ameaça (quatro vezes) e coação no curso do processo - para obrigar a vítima a retirar a queixa -, além de registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes). Somadas, as penas previstas para esse conjunto de crimes podem chegar a 70 anos de prisão - cada estupro, por exemplo, tem pena prevista de 6 a 10 anos.

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"Mexeram com a pessoa errada"

Antes da prisão, Thiago Brennand gravou uma série de vídeos no domingo, 9, e publicou no YouTube para negar que está fugindo do País. Os vídeos foram apagados depois, mas replicados em outros canais.

Nas imagens, o empresário alega estar "tranquilo" e diz ainda que "mexeram com a pessoa errada".

"Estou tranquilo onde estou. Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem que vai se submeter a um Estado de exceção?", chega a dizer, sem dar maiores detalhes.

"Vocês mexeram com a pessoa errada", declara ainda nos vídeos. "Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual 'inegociável'. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre", acrescenta.

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O empresário também cita que há uma "conspiração" contra ele no Brasil e menciona, ainda, as denúncias de estupro que começaram a vir à tona depois que as imagens da agressão na academia repercutiram. Nos vídeos, ele também negou essas acusações.

Fonte: Redação Terra
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