Uma tragédia abala a cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, após duas mortes e várias hospitalizações em uma mesma família, possivelmente causadas por envenenamento. Na quarta-feira (1º), Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, faleceu após consumir peixes provenientes de uma doação. No dia seguinte, Igno Davi da Silva, um bebê de apenas 1 ano, também não resistiu. Outros cinco membros da família seguem internados no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda).
De acordo com o delegado Abimael Silva, os alimentos consumidos pela família foram doados por um casal que realiza ações filantrópicas na região. A cesta básica incluía peixes manjuba fornecidos por uma associação de pescadores. "O casal faz essas doações anualmente, mas, até o momento, apenas essa família relatou sintomas graves após o consumo", explicou o delegado ao g1. Amostras do alimento foram recolhidas e enviadas para perícia, enquanto exames toxicológicos estão sendo realizados no Instituto Médico Legal (IML).
Os sintomas apresentados pelas vítimas — como cólicas, diarreia, tremores e dificuldades respiratórias — levantaram a suspeita de intoxicação por substâncias venenosas. Segundo Antônio Nunes, diretor do IML, materiais genéticos e amostras de sangue foram coletados para identificar a causa exata das mortes. Enquanto isso, dois membros da família receberam alta, mas três crianças e dois adultos permanecem internados, incluindo Francisca Maria da Silva, mãe de Igno e irmã de Manoel, que está em estado grave.
OUTRA TRAGÉDIA
Esse não é o primeiro caso envolvendo mortes suspeitas na família. Em agosto de 2024, os irmãos de Igno, Ulisses Gabriel e João Miguel, faleceram após ingerirem cajus envenenados. A Polícia Civil ainda não determinou se há ligação entre os dois episódios, mas a semelhança nos sintomas gera preocupação. "São duas tragédias que atingem a mesma família em menos de um ano. Precisamos de respostas rápidas para evitar novos casos", afirmou um parente.
A comunidade local está em alerta e se mobiliza para apoiar os sobreviventes enquanto aguardam os resultados da investigação. O caso levanta questões sobre a segurança dos alimentos distribuídos em ações sociais e a necessidade de inspeções rigorosas. "É um momento de dor imensa, mas também de reflexão sobre os riscos à saúde pública", disse Carlos Teixeira, diretor técnico do Heda. Enquanto isso, a Polícia Civil intensifica as apurações para esclarecer essa sequência de tragédias e garantir justiça às vítimas.