No mês passado, a podcaster Alex Cooper, conhecida pelo programa "Call Her Daddy", entrevistou a vice-presidente Kamala Harris e revelou que também havia convidado Donald Trump para participar de uma conversa. Cooper afirmou a seus ouvintes — a maioria mulheres — que "se ele também quiser ter uma conversa significativa e profunda sobre os direitos das mulheres neste país, então ele é bem-vindo no 'Call Her Daddy' a qualquer hora".
Apesar do convite, a campanha de Trump decidiu não comparecer, de acordo com fontes próximas ao ex-presidente. Em vez disso, Trump concentrou-se em participar de programas online com audiências masculinas e jovens, ignorando plataformas voltadas ao público feminino. Assim, ele encerra a campanha sem ter marcado presença em canais como podcasts e programas de TV populares entre mulheres.
A estratégia de Trump no eleitorado feminino gera alerta
Na reta final da disputa, Trump enfrenta o desafio de conquistar o voto feminino, considerado decisivo por especialistas. Sua dificuldade em atrair esse segmento eleitoral tem se tornado uma das questões mais comentadas de sua campanha. Embora aliados defendam que seu apoio entre homens compensa a perda de eleitoras, o aumento da diferença de gênero entre eleitores preocupa setores republicanos.
"Vimos um problema feminino para todos os republicanos, em todas as cédulas", disse um membro do Partido Republicano alinhado a Trump à CNN, ressaltando que o problema "começa no topo".
Nas últimas semanas, os desentendimentos sobre a melhor abordagem para o público feminino se tornaram aparentes. Durante um comício em Green Bay, Wisconsin, Trump comentou que sua equipe sugeriu que ele abandonasse a promessa de ser o "protetor" das mulheres, pois poderia soar inadequado. Ele, porém, reiterou sua posição, dizendo que manteria essa promessa "quer as mulheres gostem ou não".
A equipe de Kamala Harris reagiu rapidamente, divulgando o trecho em um vídeo que acumulou milhões de visualizações na plataforma X (antiga Twitter). Em um comício em Reno, Nevada, Harris destacou que Trump "simplesmente não respeita a liberdade das mulheres ou a inteligência das mulheres de tomar decisões sobre suas próprias vidas".
A campanha democrata também criticou Trump por uma declaração em que ele sugeriu que o ex-candidato Robert F. Kennedy Jr. teria um papel na "saúde da mulher" caso ele fosse eleito para um segundo mandato.
