Ucrânia deixa de transportar gás russo à Europa

1 jan 2025 - 15h40

A Ucrânia irá deixar de transportar gás russo para a Europa em seu território após a expiração de um acordo com Moscou ter expirado nesta quarta-feira (1°). O país justificou a medida como um passo importante para sua segurança nacional, após um período de conflitos intensos com a Rússia.

Ucrânia interrompe transporte de gás russo em seu território
Ucrânia interrompe transporte de gás russo em seu território
Foto: depositphotos.com / Ludya / Perfil Brasil

A decisão de não renovar o acordo de transporte não surpreendeu a comunidade internacional, mas simbolizou um marco importante. A Europa, nos últimos anos, havia reduzido significativamente sua dependência do gás russo. Esta ação refletiu os esforços contínuos da Ucrânia para fortalecer suas posições estratégicas, mesmo em meio ao complexo cenário geopolítico com a Rússia.

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Consequências econômicas para Ucrânia e Rússia

A suspensão deste acordo de transporte de gás acarreta consequências econômicas para ambos os lados. A Ucrânia enfrenta uma perda significativa, de cerca de 800 milhões de dólares anuais em taxas de trânsito. Por outro lado, a Rússia, por intermédio da Gazprom, perde cerca de 5 bilhões de dólares em vendas, afetando consideravelmente seu fluxo de receita.

Embora a Ucrânia busque aumentar sua segurança nacional, ela também precisa considerar as implicações econômicas do rompimento deste acordo. A Gazprom, já afetada pela queda nas vendas na Europa, tenta compensar as perdas por meio de novas exportações, particularmente para mercados como a China.

Qual é o impacto na Europa?

A interrupção do transporte de gás pela Ucrânia representa apenas 5% das importações totais de gás da União Europeia, segundo dados de organização sediada em Bruxelas, o Bruegel. No entanto, países como Áustria, Hungria e Eslováquia eram abastecidos por esta rota. Com a mudança, a Europa agora depende exclusivamente do gasoduto Turkstream para o recebimento de gás russo, que passa pela Turquia rumo aos Balcãs.

Em resposta, a Europa tem diversificado suas fontes de energia. O continente aumentou suas importações de gás natural liquefeito (GNL) de várias partes do mundo, incluindo os Estados Unidos e a Noruega, e também aumentou temporariamente as importações de GNL russo. A estratégia é uma medida paliativa até 2027, prazo estabelecido pela UE para eliminar a dependência dos combustíveis fósseis russos.

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