A Comissão Europeia pretende apresentar uma proposta de diretrizes com o fim de reduzir a poluição plástica nas cidades e oceanos, noticiou a imprensa alemã neste domingo (27/05). A medida prevê a proibição de diversos produtos.
Os comissários alertam que, se nada for feito, haverá mais plástico do que peixes nos oceanos, até 2050. Os planos exatos serão divulgados nesta segunda-feira. De acordo com a emissora de direito público ARD e jornais do grupo Funke Mediengruppe, a proposta incluirá:
· Proibição do uso privado de produtos plásticos descartáveis, como canudinhos, pratos, talheres, mexedores de café, cotonetes e hastes para balões de gás.
· Para cada quilo de material não reciclado, os países-membros da União Europeia deverão pagar uma certa quantia ao orçamento do bloco.
· Cada Estado-membro terá prazo até 2025 adotar um sistema de depósito ou outras medidas visando coletar 90% das garrafas plásticas usadas.
· Restrição do uso de copos plásticos e embalagens de fast food.
· Intensificação da informação ao consumidor sobre os perigos das embalagens plásticas.
Retirada gradual de circulação
O governo alemão sinalizou seu apoio aos planos da Comissão Europeia. Em comentário à ARD, a ministra do Meio Ambiente Svenja Schulze observou que o uso de plástico descartável "deve ser regulado em nível europeu e gradualmente retirado de circulação":
O comissário da UE para o Orçamento, Günther Oettinger, defendeu a aplicação de multas aos Estados-membros que deixem de intensificar a reciclagem. "Isso cria um incentivo para os políticos nacionais examinarem como o lixo plástico pode ser reduzido, com proibições, educação, um imposto nacional ou taxas para sacolas plásticas", declarou ao Funke Mediengruppe.
Antecipando a possível resistência pública às mudanças planejadas, a UE pretende educar melhor o público sobre alternativas ecológicas aos produtos plásticos eventualmente banidos. Já se prevê-se que os governos nacionais eurocéticos não reagirão bem à ameaça de multas.
Doenças e morte
O lixo plástico representa perigo para os habitantes dos mares, pássaros e animais no topo da cadeia alimentar. Muitos consomem os resíduos ou ficam presos neles, resultando em doenças e morte.
Além disso, o microplástico precisa de milênios para se decompor. Isso significa que o lixo plástico jogado pelas ruas ou desembocando em rios, lagos e oceanos ainda permanecerá nocivo por muito tempo.
Após apresentar sua proposta na segunda-feira, a Comissão Europeia iniciará negociações com os 28 países da UE e o Parlamento Europeu, para que a diretriz possa entrar em vigor.