Após a parceria do Instituto Butantan com o laboratório Sinovac Biotech, 20 mil doses da vacina chinesa contra o coronavírus chegaram ao Brasil na madrugada desta segunda-feira (20). Ao todo, foram selecionados 9 mil voluntários da área da saúde para testar a nova vacina e as primeiras doses serão aplicadas ainda essa semana.
Alguns profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo receberão as primeiras doses amanhã (21). Após essa etapa, serão realizados testes nos outros 12 centros dos seis estados nos quais a vacina será distribuída - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
O Instituto Emílio Ribas, de São Paulo, começou a cadastrar voluntários para os primeiros testes na quarta-feira (15). A plataforma de inscrições lançada pelo governo de São Paulo recebeu mais de um milhão de acessos nos últimos dias. As inscrições para os testes da vacina chinesa contra o coronavírus continuam abertas, no entanto a prioridade é para os profissionais da área da saúde.
O acordo do Instituto Butantan e laboratório chinês, caso seja comprovada a eficácia do produto, o Brasil ficará com 60 milhões de doses para distribuir entre a população. A vacina chinesa contra o coronavírus é uma das que está em fase mais avançada de testes, o que deixa os cientistas brasileiros otimistas.
A terceira fase de estudos do medicamento chamado de CoronaVac consiste em aplicações em larga escala para comprovar a capacidade da vacina em criar anticorpos imunes ao Covid-19. A previsão é que até dezembro a eficácia da vacina chinesa seja comprovada e, caso isso aconteça, os grupos de risco poderão começar a receber doses no começo do ano que vem.
O governador de São Paulo, João Dória, anunciou a parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório Sinovac-Biotech no dia 11 de junho. Nesta mesma data, ele disse que caso o êxito e a segurança da vacina sejam comprovados, a intenção é disponibiliza-la no SUS a partir de junho de 2021.
Como funciona a vacina contra o Coronavírus
Na China, a CoronaVac já foi aprovada em testes clínicos. A vacina contra o Covid-19 utiliza uma versão do vírus inativado na sua composição, ou seja, na solução não há presença do coronavírus vivo. Esse tipo de medicamento é composta pelo vírus morto ou por fragmentos dele, o que impede que ele se duplique no sistema. Remédios contra gripe e hepatite seguem o mesmo princípio.
Dessa forma, no momento em que o coronavírus vivo entra em contato com o organismo humano, esse já produz uma resposta imune em quem é vacinado. Essa reação ocorre graças a uma espécie de memória celular inserida por meio do medicamento e que é responsável por ativar a imunidade do corpo.