Venezuela liberta cinco opositores após início de diálogo

1 nov 2016 - 11h47
(atualizado às 12h28)

Liberação de antichavistas ocorre um dia após início de diálogo entre governo de Nicolás Maduro e seus adversários para buscar solução para crise política e econômica. Segundo oposição, há mais de 100 presos políticos.Líderes da oposição da Venezuela afirmaram que cinco representantes do antichavismo que estavam detidos foram libertados na noite desta segunda-feira (31/10), um dia depois do início do diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e seus adversários para tentar buscar uma solução para a crise política e econômica que o país atravessa.

De acordo com o prefeito do município de Sucre, o opositor Carlos Ocariz, os libertados foram Carlos Melo, líder do partido Avançada Progressista; Andrés Moreno e Marco Trejo, assessores políticos da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD).

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Nicolás Maduro discursa durante manifestação pró-governo na Venezuela
Nicolás Maduro discursa durante manifestação pró-governo na Venezuela
Foto: EFE

Mais tarde, o secretário-executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, declarou que também haviam sido libertados Ángel Coromoto Rodríguez, chefe de segurança do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela; e Andrés Leon, que estava em prisão domiciliar.

Delcy Rodríguez, ministra das Relações Exteriores da Venezuela, afirmou em Genebra que a libertação dos antichavistas é um primeiro sinal da disposição do governo para levar adiante o diálogo iniciado com a oposição. "Nós temos nos mantido permanentemente à espera dos setores oposicionistas para dialogar e saudamos que finalmente ele [o diálogo] tenha se dado", declarou.

Acusações incluem posse de explosivos

Carlos Melo foi preso no final de agosto, na véspera de um grande marcha contra o governo, em Caracas, sob acusação de que ele possuía alguns artefatos explosivos. Posteriormente, veículos de imprensa locais informaram que o opositor tinha recebido medida substitutiva de liberdade no início de setembro, mas permaneceu em uma cela na sede do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Por sua vez, Andrés Moreno e Marco Trejo foram presos e acusados de "prejudicar a moral das Forças Armadas" ao produzir um vídeo financiado pelo partido Primeiro Justiça. Por conta deste caso, foram detidas outras duas pessoas que continuam na prisão.

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A MUD tinha denunciado que Coromoto Rodríguez, de idade avançada, perdeu aproximadamente 40 quilos durante dois meses de detenção devido a uma doença e, por isso, solicitaram uma medida humanitária em seu favor. Leon, por sua parte, esteve detido por 415 dias e recebeu o benefício da prisão domiciliar em junho do ano passado, depois de realizar uma greve de fome dentro de uma cela na polícia do estado de Carabobo.

Segundo a oposição, há mais de cem presos políticos na Venezuela, entre eles alguns líderes como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

No primeiro encontro realizado no domingo, governo e representantes da MUD decidiram criar quatro grupos de trabalho sobre os temas soberania, reparação das vítimas, cronograma eleitoral e situação econômica, a serem coordenados pelos mediadores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e do Vaticano. A próxima reunião será em 11 de novembro.

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