O vídeo de uma câmera de segurança mostra o momento em que Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu uma festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR) e matou a tiros o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos. Arruda também estava armado e, na troca de tiros, ambos acabaram mortos. Veja o vídeo:
Marcelo Arruda era filiado ao PT e foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. Conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, o atirador era Jorge José da Rocha Guaranho, um agente penitenciário federal e apoiador do presidente Bolsonaro.
No vídeo, Arruda aparece caindo no chão após ser atingido por um disparo na perna. Andre Alliana, amigo da vítima e participante da festa, contou à Coluna do Estadão que o guarda municipal teria sacado sua arma para evitar a invasão do bolsonarista, que, então, fez esse primeiro disparo na perna.
Na sequência, a câmera de segurança mostra que o atirador entra no local para executar um segundo disparo. Uma mulher tenta impedi-lo, mas é empurrada para o lado e foge da troca de tiros quando Guaranho também cai no chão, ainda atirando, e Arruda dispara de volta. "O cara chegou então em cima do Marcelo e deu outro tiro para executar o Marcelo. Mas o Marcelo conseguiu se virar e deu cinco tiros no cara", conta Alliana.
O vídeo ainda mostra que, depois de cair com os tiros do guarda municipal, o bolsonarista ainda recebe chutes de pessoas que estavam na festa.
Ameaças
Quinze minutos antes de invadir a festa, que tinha decorações com o tema do Partido dos Trabalhadores (PT) e fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Guaranho havia passado de carro em frente à comemoração e ameaçado convidados. "Eu vou voltar e vou matar todos vocês", teria dito o atirador, segundo relato de Alliana.
"Nós estávamos na festa, que era temática do PT. Por volta de 23h apareceu um cara que não era convidado, que ninguém conhece e começou a gritar dentro do carro: 'é Bolsonaro, seus desgraçados! É o mito!'", conta o amigo da vítima.
Nesse momento, o atirador estava com uma mulher e uma criança no carro e logo deixou o local, depois de proferir ameaças. Na sequência, Marcelo teria buscado a arma que usa para trabalhar, dizendo que ela serviria para se defender, caso o bolsonarista voltasse. "Se não fosse isso, ele (Guaranho) tinha feito uma chacina lá no meio da festa", diz Alliana.