O vídeo de uma live realizada no ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro em que ele fez ataques contra as urnas eletrônicas com base em informações falsas foi retirado do ar pelo YouTube, informou a plataforma nesta terça-feira.
O YouTube disse que a live do presidente realizada em 29 de julho do ano passado se enquadra como "um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições", assim como outros conteúdos que foram retirados do ar desde março.
"As Diretrizes da Comunidade do YouTube estabelecem regras que devem ser seguidas por todos os usuários da plataforma. Temos trabalhado para manter nossas políticas e sistemas atualizados de forma a dar visibilidade a conteúdo confiável e reduzir a disseminação de informações enganosas, permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político", disse o YouTube em nota.
"Desde março de 2022, removemos conteúdo com alegações falsas de que as urnas eletrônicas brasileiras foram hackeadas na eleição presidencial de 2018 e de que os votos foram adulterados. Esse é um dos exemplos do que não permitimos de acordo com nossa política contra desinformação em eleições."
Na live agora removida pelo YouTube, que também foi transmitida pelo Facebook, o presidente apresentou um suposto "especialista em dados" e mostrou o que chamou de "indícios" de fraude nas urnas eletrônicas e na totalização dos votos, mas admitiu que não tinha provas.
Os "indícios" foram posteriormente desmentidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na segunda-feira, o presidente voltou a fazer ataques sem provas e já refutados às urnas eletrônicas e ao sistema de votação brasileiro, dessa vez em um encontro convocado por ele com embaixadores e representantes diplomáticos no Brasil, a menos de três meses das eleições.
Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro e alguns levantamentos apontam a possibilidade de Lula vencer em primeiro turno, se o pleito fosse realizado agora.
O presidente também recusou-se a responder recentemente quando foi indagado se aceitaria o resultado eleitoral caso seja derrotado.
Procurado, o Palácio do Planalto não respondeu de imediato os pedidos de comentário sobre a decisão do YouTube.