A semana do carnaval não podia ser melhor para o apreciador de jogos nacionais. Depois de uma organização coletiva dos desenvolvedores pensada pelo Homem Barata (Fish Person Shooter) e iniciada pelo Eduardo Lahmut (BitCake Studios), temos a primeira semana de descontos específica para indies brasileiras na Steam: a Made in Brazil Sale.
Pra te ajudar a navegar nesses mais de 600 jogos produzidos por equipes do Brasil, vou fazer uma lista por dia com alguns jogos organizados por temas diferentes pra você aproveitar essa chuva de promoções absurdas em jogos incríveis. Mas obviamente existem MUITOS outros jogos, então já pula pro link ali de cima.
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Segunda-feira é o dia do ódio, de recomeçar a semana com pé no peito e soco na cara. Por isso separei alguns jogos que refletem bem essa luta contra a rotina, desde literalmente dar soco na cara de negacionista anti-vacina até destronar uma ditadura tecnocrata e sobreviver a um ataque de pombos.
Ouça o episódio especial do podcast com os devs da BitCake sobre a organização da Made in Brazil Sale:
1 - Punhos de Repúdio (R$ 10,98)
Essa obra de arte da BrainDead Broccoli reflete o sentimento de todo mundo que ficou em casa e se cuidou durante a pandemia do Covid enquanto um bando de imbecil negacionista seguidor fanático de um presidente genocida vive normalmente como se nada estivesse acontecendo. Um beat-em-up clássico animado quadro-a-quadro em que você controla 4 amigas tentando sobreviver a essa manada de antivax com literalmente muito ódio e soco na cara.
2 - Vengeful Guardian: Moonrider (R$ 52,49)
O jogo acabou de lançar e já está em promoção. Moonrider é mais um acerto da JoyMasher em que você é um ciber-ninja projetado pra ser um lacaio de uma ditadura tecnocrata, mas que se rebela contra seus mestres e vai em busca de vingança contra esses opressores. Vengeful Guardian tem um texto ácido e crítico a muitas situações políticas atuais e um combate frenético no maior estilo plataforma de ação retrô dos jogos 16 bits. Nada melhor do que começar a semana podendo destilar seu ódio de classes numa distopia totalitária.
3 - Fi da Puti Samurai (R$ 18,62)
"Você não precisa de reflexos super-humanos pra ganhar, nem precisar ler a história se você não quiser. Só chega mais, explode, seja explodido e se divirta". Essa descrição perfeita do jogo da Zanardi and Liza mostra porque Fi da Puti tá na lista. Um FPS retrô em que você precisa desbugar o "mundo perfeito" que foi feito exatamente pra você, mas por alguma razão tá todo fodido. Era pra dar certo, mas deu errado: isso grita segunda-feira como poucas coisas conseguem, né?!
4 - Pigeons Attack (R$ 3,26)
Você tá de boa na praça, dando um rolê tranquilo, mas é atacado por uma horda de pombos com instinto assassino. Podia ser mais uma tarde no centro de qualquer capital brasileira, mas é Pigeons Attack. Um shooter isométrico com elementos roguelike em que pombos e mais pombos vão pra cima de você sem nenhuma dó e você precisa tacar o sarrafo nesses ratos alados com espadas, magias, combos e muita cooperação. Não prruudia ser mais necessário pra dispensar o ódio do começo da semana.
5 - My Night Job (R$ 4,34)
Jogo com adicional noturno e bônus por insalubridade que deveria dar processo trabalhista. My Night Job é um jogo de ação rápido e frenético com pitadas de filmes de terror trash dos anos 80 e mais de 60 armas diferentes pra destroçar mortos-vivos e outras criaturas enquanto explora mansões abandonadas em busca de sobreviventes. Rodadas rápidas infestadas de humor escrachado e grafismos bizarros com uma experiência retrô modernizada que só fica mais difícil a cada nova partida.
6 - Akane (R$ 1,74)
Deveria ser crime um jogo tão bom por tão pouco. Akane é uma das melhores experiências pra descontar a raiva - e pra ficar com um pouco mais dela também. Estiloso pra cassete, com uma pixel-art e trilhas cyberpunk synthwave, o objetivo é fatiar a maior quantidade de inimigos possível com muito estilo e possibilidade infinita de combos. A cada 100 peões você enfrenta um chefe que se fortalece a medida em que você mata mais inimigos. Rivalidade, fúria e cigarros: tudo que você precisa pra destruir a segunda-feira com muito ódio.
7 - Banzo - Marks of Slavery (R$ 4,49)
Ódio e nojo ao período colonial escravocrata do Brasil (e luta sem fim aos escravocratas modernos que seguem impunes). Banzo é um gerenciador de recursos e jogo de estratégia por turnos em que você precisa comandar o Quilombo do Urubu contra os senhores de terra. Proteger seu povo, organizar a produção de alimentos e atacar fazendas pra libertar pessoas escravizadas numa experiência imersiva e com uma narrativa fenomenal. Perfeito pra matar capataz e botar fogo em racista numa bela manhã de segunda.
8 - Immortal Mantis (RS 1,12)
Você é um simples detetizador que conseguiu enfim realizar o sonho da casa própria. Tudo isso pra chegar no seu cafofo e descobrir que a porra de um serial-killer tá diretamente ligada a essa vizinhança e principalmente a sua casinha. Immortal Mantis é um jogo de terror isométrico com pixel-art retrô e com tons escuros, muitos quebra-cabeças e terror psicológico pra te colocar no instinto de sobrevivência máximo. Praticamente uma segunda-feira de trabalho enquanto peão do setor corporativo.
9 - Wolfstride (R$ 14,99)
Um dos grandes jogos brasileiros dos últimos anos, Wolfstride é batalha de robôs gigantes com estética de anime noir, protagonista estileira pique Cowboy Bebop e lutas estratégicas por turno. Animações e uma direção de arte absurda, personagens escrachados como todo bom anime tem e muito, mas MUITO estilo. Ah, e você pode fazer uns bicos paralelos pra conseguir dinheiro e melhorar seu robozão, tipo o filme do Hugh Jackman lá - coisa fina, amigues.
10 - Biolab Wards (R$ 2,69)
Alienígenas invadindo e fazendo experiências bizarras na Terra. Qual a melhor equipe pra parar isso? Um marombeiro freela, a própria Sarah Connor 8-bit, um cachorro de armadura e um legume mutante. E é isso. Salada visual e muito tiro na tela nesse rolê clássico com muita piada retrô, power-ups, granadas, metralhadoras, bombas e cachorrinhos assassinos. Não pense, apenas exploda.
11 - Fish Person Shooter (R$ 21,25)
Não podia deixar de contemplar essa belezura do Tuba. Fish Person é uma homenagem aos primeiros FPS, tipo DOOM, Quake e Duke Nukem, só que com piratas meio-peixe-meio-homem, humor excelente do mais baixo nível possível e o próprio Marcos Pasquim pescador parrudo com um gancho no braço sacudindo o peito peludo e dando invertida em pirata mutante: tudo que a gente gosta e precisa. Obra prima que retraca o belo caos da ressaca de uma manhã de segunda pós-feriado prolongado de carnaval regado a cachaça e rala-coxa.
12 - Exodemon (R$ 25,00)
FPS retrô com gráficos low-poly e mecânica totalmente frenética. Combina bem com o fato de você ser um cientista infectado com um alienígena boladão que quer tomar conta do seu corpo. Mapas labirínticos infestados de inimigos prontos pra serem destruídos pelo seu corpo em metamorfose alien. Munição infinita - porque quem tem tempo pra carregar armas - e nada de estratégia: apenas corra, mate e procure a última nave de fuga antes que você vire um completo alienzão puto da vida.
13 - Devil Inside Us (R$ 20,29)
Pra terminar de exorcizar o ódio da segunda-feira, nada melhor do que entrar numa briga com o capeta. Devil Inside Us é um terror narrativo que te coloca como um exorcista de 74 anos pra investigar as peripécias do Sete Pele e expurgar o encosto que alucina uma família. É tu e teu crucifixo contra uma entidade milenar que bota fogo nas coisas e faz possessão nas pessoas - as chances são excelentes, vai com fé. Jogo que me fez gritar em público durante o BIG de 2022 por bebês estranhos e porões desnecessariamente escuros.
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