A IA está mudando a profissão de corretor de imóveis no Brasil

Avatares com IA passam a fazer atendimento ao consumidor e colocam em cheque a perenidade da profissão

2 set 2024 - 06h10
(atualizado às 15h36)
Resumo
A profissão de corretor de imóveis completa 62 anos de regulamentação e enfrenta um crescimento impulsionado pela tecnologia, mas também uma crise de identidade
Foto: Marcus Ferreira || Divulgação

A profissão de corretor de imóveis chega aos 62 anos de regulamentação na data em ascensão e já superou os 630 mil profissionais segundo dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci). O crescimento da categoria é sustentado pelas proporções continentais do País, o alto déficit habitacional, as necessidades de novos espaços, a segurança jurídica do patrimônio imobiliário, que já movimentam 9,4% do PIB, segundo dados da Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança, mas tem muito a crescer quando se compara com países desenvolvidos.

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Ao mesmo tempo, existe uma crise de identidade em curso na categoria. Os profissionais do setor imobiliário convivem agora  com uma nova colega, para a qual muitos ainda torcem o nariz: a Inteligência Artificial. Avatares estão sendo integradas às rotinas de atendimento do consumidor no lugar do atendimento que outrora era exclusivo do corretor de imóveis.

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"Toda tecnologia causa estranheza no início, mas ela deve ser abraçada como uma ferramenta para melhorar o atendimento e a eficiência e a produtividade", garante o founder da startup goiana Acelériun Hub de Inovação, Marcus Ferreira. Ele desenvolveu a Corretora.ai, que já está presente em 16 estados brasileiros. 

"Ela é capaz de responder às perguntas sobre o imóvel, como descrição, informações sobre o bairro, preço, enviar imagens, tudo em um diálogo fluído, que se assemelha a  uma conversa entre pessoas", explica Marcus. 

As Corretoras.ai estão sendo utilizadas pelas imobiliárias e incorporadoras para fazer o atendimento digital ao cliente, que hoje é a primeira forma de contato da maioria de consumidores que começam a procurar um imóvel.  Ela é capaz de informar em poucos segundos toda a disponibilidade de um determinado imóvel em um bairro, cruzar dados e fazer filtros específicos para selecionar com mais assertividade as ofertas que se encaixam ao que o consumidor procura. 

"Então, o corretor não vai mais vender um imóvel porque sabe de duas ou três ofertas específicas que o restante de seus colegas de mercado não sabem. A IA vai saber de tudo isso", continua.

Como fica o futuro

Marcus explica que, longe de ser uma ameaça, a inteligência artificial pode ser uma grande aliada. Basta lembrar que a compra de um imóvel não é uma decisão rápida, mas os consumidores esperam respostas imediatas quando entram em contato, mesmo que façam perguntas durante a madrugada. "A tecnologia te libera de tarefas repetitivas e que normalmente te prendem nos mais diferentes horários", diz. 

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Para ele, o  futuro da corretagem de imóveis está assegurado para aqueles que  souberem aliar suas capacidades humanas com o potencial das ferramentas tecnológicas, garantindo um serviço mais completo e personalizado. 

Marcus Henrique, que também já trabalhou como corretor de imóveis e conhece as nuanças da profissão, considera que o papel do profissional ficará muito mais concentrado no relacionamento e no que ele chama de energia da venda. 

"A IA é eficiente em reunir informações, mas ela não tem a capacidade de aconselhar e orientar. Os profissionais deverão se concentrar e aprimorar nisto", diz.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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