3ª morte por doença relacionada a cerveja é confirmada em MG

Idoso faleceu na região de Belo Horizonte após consumir a cerveja Belorizontina; investigação apurou que água usada na bebida estava contaminada

16 jan 2020 - 18h50
(atualizado às 18h50)

Nesta quinta-feira (16), foi confirmada mais uma morte provocada pela síndrome nefroneural. Agora, já são três vítimas fatais da doença, que tem sido vinculada à ingestão da cerveja Belorizontina, produzida pela Backer.

Cerveja Belorizontina é investigada por conter substância tóxica - Foto: Reprodução/Facebook
Cerveja Belorizontina é investigada por conter substância tóxica - Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Foto: Reprodução/Facebook / Minha Vida

A Polícia Civil de Minas Gerais revelou que o paciente era um homem de 89 anos, que estava internado em Belo Horizonte. Além dele, outros dois homens, um de 55 anos e outro de 76, também morreram em decorrência da contaminação por dietilenoglicol, substância tóxica encontrada na cerveja.

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Casos suspeitos aumentam

Ao todo, as autoridades públicas investigam ainda outros 15 casos de pacientes em estado grave que teriam consumido a bebida contaminada. Todos desenvolveram sintomas compatíveis com a síndrome nefroneural - nome dado à doença que resulta em insuficiência renal aguda e alterações neurológicas.

Confira as cidades e municípios em Minas Gerais com investigações da doença:

  • 10 ocorrências em Belo Horizonte (2 mortes e 8 casos suspeitos)
  • 2 casos suspeitos em Arcos
  • 2 casos suspeitos em Itaúna
  • 2 casos suspeitos em Divinópolis
  • 1 morte em Pompéu
  • 1 caso suspeito em Uberlândia

Alerta para outros estados

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Após análises de perícia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que foram encontradas substâncias tóxicas (dietilenoglicol e monoetilenoglicol) na água utilizada para a produção da cerveja, que pertence à cervejaria Backer e cuja fábrica fica no Bairro Olhos D'Água, na capital mineira.

As substâncias tóxicas costumam ser usadas no processo de resfriamento da cerveja, mas não entram em contato direto com a bebida produzida. Em comunicado oficial, a Backer garantiu que não utiliza o dietilenoglicol em nenhuma etapa de produção de suas cervejas.

De acordo com os resultados da perícia, diversos tanques da cervejaria apresentaram as toxicinas. Diante disso, a polícia tem trabalhado com algumas hipóteses que poderiam justificar a contaminação, como: sabotagem, vazamento, procedimentos incorretos.

Lotes contaminados

Além disso, os órgãos públicos divulgaram que outros seis rótulos apresentam perigo à população: Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Backer Brown e Lay Back D2. Autoridades têm recolhido todos os produtos da empresa Backer e não só a cerveja Belorizontina.

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Por enquanto, o número de lotes contaminados saltou de três para 21. Um deles tem a mesma composição da Belorizontina, mas apresenta o nome "Capixaba" por ser distribuído no Espírito Santo.

O Ministério da Agricultura identificou as substâncias tóxicas nos lotes e cervejas abaixo:

Cervejas recolhidas

Por conta das investigações, a cervejaria Backer foi interditada e teve suas atividades de fabricação suspensas. Além do Mapa, a própria diretoria da empresa pediu ao público que não consuma qualquer rótulo da marca e entre em contato com a Polícia Civil ou Vigilância Sanitária para o recolhimento dos produtos.

Lista dos 22 rótulos da Backer (em ordem alfabética):

  • Backer Bohemia Pilsen
  • Backer Brown
  • Backer Pale Ale
  • Backer Pilsen
  • Backer Pilsen Export
  • Backer Reserva
  • Backer Trigo
  • Belorizontina
  • Bravo
  • Cabral
  • Cacau Bomb
  • Capitão Senra
  • Capixaba
  • Corleone
  • Diabolique
  • Exterminador de Trigo
  • Fargo 46
  • Julieta
  • Medieval
  • Pele Vermelha IPA
  • Tommy Gun
  • Três Lobos

A cerveja Lay Back D2 (conhecida popularmente como "Backer D2") é uma edição produzida pela cervejaria Backer, mas vendida pela empresa Lay Back conforme acordado em parceria.

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