Nesta quarta-feira (11), o Ministério da Saúde emitiu um boletim epidemiológico informando que os casos de dengue no país aumentaram 599,5% em relação ao ano passado.
De 30 de dezembro de 2018 a 24 de agosto de 2019, foram registradas 1.439.471 incidências. O número indica que, em média, 6.074 pessoas teriam contraído a doença por dia no Brasil.
Regiões mais afetadas pela dengue
De acordo com os dados, Minas Gerais é o estado com o maior número de incidências. Apenas neste ano, 471.165 casos foram registrados.
No ano passado, a região mineira teve 23.290 ocorrências de dengue, quantidade bem menor em relação ao período mais recente.
Confira os outros estados do Brasil mais afetados pela dengue em 2019, em ordem decrescente:
- São Paulo - 437.047 casos
- Goiás - 108.079 casos
- Espírito Santo - 59.318 casos
- Bahia - 58.956 casos.
Analisando a variação por região do país, o Sul é o mais afetado (3.224.9%). A porcentagem de aumento dispara em relação a outros locais, como o Centro-Oeste, que teve alteração de 131,8%.
Regiões que sofreram queda nos casos de dengue
- Amapá - redução de 76,8% em relação a 2018
- Amazonas - redução de 29,5% em relação a 2018.
Bahia pode se tornar área de risco
Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, alertou que os nordestinos devem começar a tomar medidas preventivas em relação à dengue. Com a chegada das chuvas na região, o estado da Bahia pode ser o primeiro a receber um grande aumento no número de casos.
Isso porque, quando uma pessoa é picada pelo Aedes aegypti, ela cria resistência contra o vírus transmitido pelo mosquito. Como houveram muitos casos na região Sudeste e Centro-Oeste, a epidemia deve começar a se deslocar para o Nordeste, em busca de novos hospedeiros.
De olho na época mais crítica de disseminação da doença, o Ministério da Saúde antecipou o lançamento da nova campanha publicitária de combate à dengue, com foco na prevenção dos casos.
Dentro dela, a pasta ressalta a importância da participação da sociedade e do cidadão para impedir a proliferação do mosquito. A proposta é que cada pessoa dedique apenas 10 minutos de seu dia para verificar se não há focos da doença em casa.
Por que os casos estão aumentando
O vírus da dengue possui quatro subtipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Isso significa que podemos contraí-lo quatro vezes. Nos últimos anos, predominavam o subtipo 1 e o 4 em algumas regiões. O 2 esteve em baixa na última década.
Entretanto, segundo o ministério, 84% dos casos de dengue até abril de 2019 foram causados por ele. Como menos pessoas estavam imunizadas a esse subtipo (2), e a linhagem do vírus foi alterada, os casos voltaram a crescer de maneira estrondosa.
Como a dengue é transmitida
A dengue não é passada de pessoa para pessoa. A transmissão se dá através do mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida.
O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água; ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana.
Após este período, transformam-se em mosquitos adultos que podem picar humanos contaminados e transmitir o vírus para pessoas saudáveis.
Vale reforçar que o mosquito da dengue pica de dia e somente a fêmea é responsável pela picada. Além de não emitir zumbido, ele pode ser identificado pelo corpo todo listrado.
Prevenção da dengue
Além da vacina contra dengue, existem algumas atitudes simples que podem impedir a proliferação do mosquito e a transmissão do vírus, tais como:
- Evitar o acúmulo de água parada
- Colocar tela nas janelas de casa
- Colocar areia nos vasos de plantas
- Aplicar desinfetante nos ralos
- Limpar calhas
- Usar inseticidas e larvicidas
- Usar repelente.
Confira mais detalhes sobre como tornar cada uma dessas medidas mais eficaz para o combate à dengue.
Confira outros sintomas, além do tratamento da dengue.
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