O poderoso empresário Elon Musk. 53 anos, fundador e diretor técnico da SpaceX; CEO da Tesla e proprietário do X, revelou, em 2021, que tem a síndrome de Asperger durante o programa de TV dos Estados Unidos "Saturday Night Live".
"Sei que disse ou postei coisas estranhas, mas é assim que meu cérebro funciona. Para qualquer pessoa que ofendi, só quero dizer: reinventei os carros elétricos e estou enviando pessoas a Marte em um foguete...Vocês acharam que eu seria um cara normal e relaxado?", disse ele, na ocasião.
Essa semana, um vídeo do empreendedor tomando água em um evento viralizou nas redes sociais e despertou mais curiosidade sobre a síndrome.
🚨VEJA: Vídeo de Elon Musk bebendo água durante evento chama a atenção e viraliza. pic.twitter.com/VxtUPFtO2h
— CHOQUEI (@choquei) April 6, 2025
O que é a síndrome Asperger?
A síndrome de Asperger é considerada uma forma do transtorno do espectro do autismo (TEA). Segundo informações obtidas no site oficial do hospital Albert Einstein, a pessoa com Asperger, diferente do autista clássico, não apresenta atrasos na fala.
A médica Mônica Iovanovich, pós-graduada em Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e Adolescência, especialista em Transtorno do Espectro Autista, diz que o paciente com Asperger tem maior independência funcional.
"Mas ainda assim frequenta desafios sociais, de flexibilidade comportamental. É importante evitar o termpo 'grau leve' porque ele pode minimizar as dificuldades reais que essas pessoas enfrentam, especialmente em ambientes que não compreendem ou acolhem essas diferenças", destaca.
A especialista complementa que apesar das habilidades mais desenvolvidas, isso não significa que a pessoa não passe por dificuldades diárias nos ambientes em diferentes contextos da vida.
"A síndrome de Asperger se refere a um quadro dentro do espectro autista... Não é que seja leva ou grave. É sobre os impactos que não prejuízos significativos nas vidas desses indivíduos. Existem níveis de suporte que aquele indivíduo está necessitando naquele momento e o autismo não é uma sentença. Dependendo do acesso ao tratamento, a pessoa terá ou não uma oportunidade de desenvolver determinadas habilidades".
As características do comportamento Asperger incluem:
- Preferência por rotinas rígidas
- Comportamentos repetitivos de forma mais suave
- Interesse obsessivo em determinados assuntos.
O que causa a síndrome de Asperger?
A síndrome é um distúrbio neurobiológico e suas causas não são totalmente compreendidas. A origem pode ter relação com fatores genéticos, que são considerados a causa predominante e fatores ambientais.
A síndrome de Asperger pode ser difícil de diagnosticar e a condição pode ser confundida com outras, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ou o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD), por isso, é importante uma avaliação com um especialista.
Os profissionais que realizam o diagnóstico de TEA, incluindo a síndrome de Asperger, são: pediatras, neurologistas, psiquiatras e psicólogos com formação e experiência na área.
Tratamento
O tratamento é individualizado porque cada indivíduo tem necessidades próprias. As abordagens mais eficazes incluem:
- Análise do comportamento aplicada
- Com diagnóstico precoce existe janela de capacidade neuronais mais amplas
- Terapia cognitiva comportamental
- Treinamento de habilidades sociais
"É um transtorno que impacta nas relações interpessoais, na comunicação social. As terapias de linguagem e comunicação como a fonoaudiologia, dependendo de cada fase da infância. Existem protocolos de intervenção dentro da análise de comportamento aplicada de acordo com cada quadro", explica a médica.
No caso de adultos, que não tiveram intervenção de forma precoce, existem outras abordagens que podem dentro da análise do comportamento auxiliar esses pacientes.
"Primeiramente é feita uma avaliação médica e comportamental, para que a gente possa encaminhar esses pacientes para as intervenções conforme o quadro que ele venha apresentando", diz.
No há cura para a síndrome de Asperger, mas dependendo dos sintomas que são apresentados, o paciente pode receber o apoio de psicólogos e de outros especialistas para aprender estratégias e técnicas que o ajudam a melhorar sua qualidade de vida.
Pessoas que recebem esse diagnóstico podem levar uma vida normal e necessitam apenas de algumas adaptações em sua rotina.