Influencer fica sem fechar os olhos após PMMA: ‘Não conseguia me olhar no espelho’

Erika Alk, de 49 anos, teve resultados inesperados e enfrentou uma infecção grave

13 jan 2025 - 10h58
Em um relato emocionado, Erika compartilhou como a situação afetou sua vida pessoal e profissional
Em um relato emocionado, Erika compartilhou como a situação afetou sua vida pessoal e profissional
Foto: Reprodução/Instagram/@erikaalk

A influenciadora Erika Alk, 49, enfrentou uma longa e dolorosa batalha após complicações causadas pelo uso de PMMA (polimetilmetacrilato) em um tratamento estético realizado há 15 anos. Na época, ela procurou um médico para tratar olheiras profundas e pigmentadas, mas a solução inicial se transformou em um problema grave com o passar dos anos.

Em um relato emocionado, Erika compartilhou como a situação afetou sua vida pessoal e profissional. Ela descreveu que sua vida foi completamente interrompida pela série de complicações, com a rotina limitada a consultas médicas e sessões de tratamento. 

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“Eu parei a minha vida por completo. Eu não fazia mais nada, a não ser ir ao médico e voltar”, afirmou no documentário "Além das Aparências", que está disponível no YouTube. 

Foram quatro cirurgias em um ano, sendo a primeira para realizar uma reparação nos olhos. No entanto, o procedimento teve resultados inesperados, e sua pálpebra “caiu”. Durante esse período, ela enfrentou uma infecção grave, que, inicialmente, os médicos não identificaram como bacteriana. 

Depois de consultar um oftalmologista, ficou claro que se tratava de uma infecção bacteriana, e ela teve que iniciar sessões de tratamento hiperbárico para combater a bactéria e ajudar na cicatrização.

O procedimento teve resultados inesperados e ela enfrentou uma infecção grave.
Foto: Reprodução/Youtube/ Erika Alk - Oficial

Apesar dos desafios, as sessões surtiram efeito, mas Erika ainda enfrentaria mais complicações. Seis meses depois, uma segunda cirurgia piorou a situação, fazendo com que o olho ficasse ainda mais caído. 

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Foi nesse momento que ela procurou a ajuda de outro médico, que recomendou o início de novas sessões de hiperbárica, pois ela precisaria passar por mais duas cirurgias. Além disso, o uso contínuo de antibióticos e corticoides alterou significativamente sua saúde, especialmente seu fígado.

Durante esse período de sofrimento, Erika também enfrentou o risco de perder a visão, pois seus olhos estavam constantemente abertos e com ressecamento, o que poderia levar à cegueira. 

“Eu não conseguia nem me olhar no espelho, foi uma sensação indescritível. Eu sempre fui muito vaidosa, muito ligada na aparência, mas nesse momento eu me olhava e não me reconhecia”, relatou. 

Apesar de todo o sofrimento, a influenciadora encontrou forças para seguir em frente e dar valor a aspectos da vida. “A gente aprende na dor. Eu aprendi muito na dor, mas acho que foi necessário para o meu crescimento. Não reclamo. Se eu puder alertar as pessoas com tudo isso, vou fazer com o maior amor do mundo”, disse.

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O que é PMMA?

O Polimetilmetacrilato, ou PMMA, é uma substância sintética comumente usada na medicina e odontologia devido à sua resistência e estabilidade. Entretanto, seu uso em procedimentos estéticos levanta grandes preocupações e controvérsias, principalmente por conta dos riscos de complicações graves.

Em estéticas, ele é aplicado como um preenchimento permanente para dar volume em áreas do corpo e rosto. No entanto, sua permanência no organismo pode gerar diversas complicações a longo prazo.

“O PMMA não é indicado para preenchimentos estéticos, exceto em casos muito específicos, como para tratar a lipodistrofia em pacientes com HIV/AIDS”, alerta o dermatologista Lucas Miranda, em entrevista ao Terra Você.

Por que o PMMA é arriscado?

As complicações decorrentes do uso do PMMA em estética são variadas e podem ter consequências graves. De acordo com o dermatologista, o uso do PMMA traz riscos significativos, incluindo inflamação, formação de nódulos, necrose tecidual e até morte devido a complicações graves, como embolia pulmonar. 

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Essas reações ocorrem devido à permanência da substância no corpo e às respostas biológicas que o organismo pode desenvolver contra o material.

O biomédico, Thiago Martins, explica que as características físico-químicas do PMMA podem influenciar diretamente as reações biológicas no organismo.

 “O tamanho das partículas, a pureza e a estabilidade química do PMMA são fatores cruciais para evitar reações adversas. Impurezas no material, por exemplo, podem intensificar processos inflamatórios ou reações alérgicas”, conta ao Terra Você.

Complicações e riscos de longo prazo

Uma das complicações mais comuns associadas ao uso do PMMA são os granulomas, que são nódulos inflamatórios que podem aparecer após a aplicação do material. Segundo Thiago, “o tamanho das partículas do PMMA pode impactar a resposta inflamatória: partículas menores tendem a ser fagocitadas mais facilmente, gerando uma reação inflamatória mais intensa, enquanto partículas maiores podem reduzir essa resposta.”

Além disso, o risco de migração do produto para outras áreas do corpo é um problema real. 

“A composição e a consistência do PMMA também afetam sua capacidade de se manter estável no local da injeção. Produtos de baixa qualidade ou aplicados inadequadamente podem migrar para áreas adjacentes, levando a resultados estéticos indesejados e a complicações”, complementa o biomédico.

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Alternativas mais seguras

Para quem busca opções de preenchimento estético, o ácido hialurônico surge como uma alternativa mais segura e recomendada por especialistas. 

“O ácido hialurônico é biocompatível e oferece um efeito temporário, sendo reabsorvido pelo corpo ao longo do tempo, o que minimiza riscos e permite ajustes conforme necessário”, afirma Miranda. 

Esse tipo de preenchimento temporário ainda permite maior flexibilidade para alterações e uma recuperação mais tranquila, pois o ácido hialurônico é facilmente dissolvido em casos de insatisfação.

Além da escolha do material, a seleção de um profissional qualificado e experiente é essencial para a segurança do paciente. 

“O profissional deve estar apto a realizar o procedimento, conhecer a profundidade correta da injeção e a técnica necessária para evitar atingir vasos importantes”, reforça Martins. 

Ele ainda frisa que o PMMA não deve ser utilizado para fins estéticos, recomendando que as pessoas optem sempre por materiais temporários e com um histórico seguro de uso.

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