Por que nossa cabeça dói mais em dias quentes?

O verão com sua temperatura nas alturas pode causar mal-estar, que inclui sintomas como as dores de cabeça e a sensação de cabeça pesada, provocados por diversos fatores fisiológicos.

Segundo o médico neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, a principal causa está relacionada à desidratação, por meio do suor, variações na circulação sanguínea e fatores ambientais que acontecem nos dias mais quentes.

Quando o corpo está desidratado, há uma redução no volume sanguíneo (hipovolemia), comprometendo o fluxo de sangue para o cérebro. Isso pode resultar em dores de cabeça, geralmente tensionais ou latejantes, além de proporcionar uma sensação de pressão ou "peso" na cabeça.

"Outro fator importante é a vasodilatação. Com o aumento da temperatura, os vasos sanguíneos se dilatam para ajudar na dissipação de calor, o que pode causar queda da pressão arterial. A diminuição do fluxo sanguíneo cerebral decorrente disso pode levar a dores de cabeça e à sensação de peso na cabeça", explica o médico.

Além disso, a perda de eletrólitos essenciais, como sódio e potássio, por meio do suor, pode causar desequilíbrios no corpo, afetando a função nervosa e contribuindo para o surgimento das dores de cabeça. 

"O calor também pode causar a dilatação das artérias da região da cabeça e pescoço, ativando receptores de dor nas paredes dos vasos sanguíneos, resultando em cefaleias, especialmente do tipo pulsáti", diz o neurocirurgiãol.

Além disso, a tensão muscular, comum em condições extremas, como o calor, também pode contribuir. O estresse causado pelo desconforto térmico pode levar à contração dos músculos do pescoço e da cabeça, resultando em cefaleias tensionais e aumentando a sensação de "peso" ou "pressão" ao redor da cabeça", completa.

O profissional explica que, para evitar esses sintomas, é fundamental manter-se hidratado, garantindo o equilíbrio de fluidos e eletrólitos no corpo, além de buscar ambientes com temperatura controlada e, quando necessário, repor eletrólitos com bebidas isotônicas.

"A alimentação adequada, rica em frutas e vegetais que contenham água, e o uso de umidificadores em ambientes secos também ajudam a minimizar esses efeitos. Além disso, controlar a intensidade das atividades físicas em dias quentes para evitar a perda excessiva de líquidos e o sobreaquecimento", conclui.