Amazônia tem pior temporada de queimadas em 17 anos; fumaça afeta 10 estados

A Amazônia registra o maior número de queimadas em 17 anos que se soma aos incêndios na Região Norte, além da seca que assola mais de mil municípios do Brasil.

Em muitas cidades, o céu está cinza e o ar está difícil de respirar. A densa camada que vem cobrindo o firmamento é reflexo das chamas. De acordo com especialistas, a fumaça afeta dez estados e vai seguir sobre o país até o fim da semana.

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"O que mais preocupa este ano, em relação aos anteriores, é que não se sabe ao certo se o que está acontecendo é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se, realmente, teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro. Seria algo inusitado e extremamente preocupante", explicou Jesem Orellana, epidemiologista e pesquisador da Fiocruz, ao portal g1.

Amazônia "pegando fogo"

A Floresta Amazônica registrou 59 mil focos de fogo desde janeiro até agora. O número é o maior desde 2008 e com chances de crescer, já que o levantamento é feito a cada mês e agosto ainda não terminou. Toda essa fumaça que cobre a floresta está viajando milhares de quilômetros pelo território nacional. 

Mas há um agravante: os especialistas dizem que a fumaça vinda da Amazônia ainda se soma àquela que vem do Pantanal, de Rondônia com a queimada no Parque Guajará-Mirim há um mês, e da Bolívia. A "névoa" das queimadas, então, forma uma densa camada cinza na atmosfera que é arrastada para o restante do mapa formando um "corredor de fumaça".

Fumaça pelo Brasil

Até esta terça-feira (20), há registros de fumaça nos seguintes estados:

• Rio Grande do Sul;
• Santa Catarina;
• Mato Grosso do Sul;
• Mato Grosso;
• Acre;
• Rondônia;
• Oeste do Paraná;
• Parte de Minas Gerais;
• Trechos de São Paulo;
• Amazonas.

Vale ressaltar que o estado do Rio Grande do Sul está a milhares de quilômetros da Floresta Amazônica.