Você provavelmente conhece o rosto de Lu Grimaldi de novelas como “Terra Nostra” (1999), “A Padroeira” (2001), “Nos Tempos do Imperador” (2022) e, atualmente, por interpretar Clara em “A Infância de Romeu e Julieta”, do SBT, mas, além de seus papéis na televisão, a atriz também atua como voluntária na ONG Turma do Bem.
A organização existe há mais de 20 anos e funciona como uma grande rede de voluntariado especializado, com 18 mil dentistas em 12 países, para oferecer atendimento odontológico gratuito a pessoas em situação de vulnerabilidade com problemas bucais. “A Turma do Bem foi criada por um amigo meu, o Fábio Bibancos, a partir da sua preocupação com o acesso de crianças carentes às cadeiras de dentistas”, conta Lu em entrevista exclusiva a Planeta.
Segundo a atriz, a ideia inicial do fundador era pedir para que dentistas apadrinhassem o tratamento de uma criança, mas sentiu resistência e, então, convidou seus pacientes artistas a trazerem atenção para a causa. Ela acompanhou todo o processo até a ONG ser o que é hoje: “Como eu estava sempre junto, muito perto, os dentistas começaram a naturalmente me chamar de madrinha”.
Como é ser madrinha?
Presente desde o início, o tipo de trabalho que Lu mais realiza com a Turma do Bem é participar de eventos, de documentários, de vídeos educativos e usando a sua imagem para trazer conscientização sobre a causa.
“Eu também já participei de várias triagens de crianças. Ajudo como mão de obra mesmo, preenchendo ficha ou simplesmente conversando para entender quais são as condições de vida das famílias que estão ali”, explica. Além disso, ela conta que também já aproveitou alguns dias de folga para passar essas fichas para o computador.
“Salvação do planeta”
Durante a conversa, foi possível perceber a grande admiração que a atriz tem pelas organizações sociais e o que mais a atraiu na Turma do Bem foi o valor de “fazer pelo outro o que eu faria por um filho”.
“Nesses 22 anos, eu pude ver o desenvolvimento de cada pessoa ali. A coisa mais maravilhosa é perceber a alegria daquele que recebe. Não tem como não se emocionar ao ver o antes e depois das pessoas atendidas”, lembra Lu. “Esse é o valor maior da vida. O voluntariado é a única maneira possível e viável para um caminho de salvação do planeta”
Aos poucos, a atriz foi aprendendo mais sobre o universo odontológico e enxergando cada vez mais valor nesse trabalho. Ela explica que muitas doenças começam pela boca e que, se existissem mais campanhas de prevenção e acesso gratuito a tratamento adequado, o poder público gastaria menos com saúde.
“O trabalho que o governo faz em relação aos problemas bucais dos brasileiros é terrível. Geralmente só arrancam o dente e não fazem grandes tratamentos”, diz.
Doação de tempo ou dinheiro
Lu lamenta que no país não exista uma cultura forte de doação e recomenda que as pessoas ajudem as ONGs não somente com dinheiro, mas também com trabalho.
A sua dica para quem quer começar no voluntariado, mas não sabe bem como, é procurar uma organização social próxima de casa, além de entender quais são os trabalhos e as causas que tem mais afinidade. “Vá nem que seja pelo egoísmo, nem que seja para você se sentir melhor ao ajudar o outro”, finaliza.