'Sempre gostei mais de bicho do que de gente', diz Xuxa sobre se tornar vegana

Em entrevista exclusiva para Planeta, Xuxa Meneghel conta que chorou ao descobrir sobre os bastidores da indústria da carne

22 nov 2023 - 04h00
(atualizado em 23/11/2023 às 09h54)

Aos 11 anos de idade, Xuxa Meneghel começou a evitar carne vermelha e, aos 13, já não comia mais. Aos 14, foi a vez de tirar o ovo da alimentação e aos 26 parou de comer frango. Hoje, aos 60 anos, a apresentadora é vegana e não inclui mais produtos de origem animal em sua dieta e em seu estilo de vida.

Essa última mudança veio em 2018, quando o seu namorado, o ator Junno Andrade, lhe apresentou o documentário “Terráqueos”, que mostra como funcionam as fazendas industriais que exploram animais para alimentação, vestuário e entretenimento:

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Foto: Fotos Blad Meneghel | Arte: Eric Fiori / Redação Planeta

Apesar de já ter excluído diversos ingredientes vindos de animais, a apresentadora conta que ainda comia peixe e se arrepende de não ter se tornado vegana antes. “Eu achava que precisava de proteína animal, né? Eu não tinha a informação de que havia proteína no vegetal. Minha mãe até dizia: ‘você vai morrer se não comer carne’”, lembra.

Além dela, tanto Sasha quanto Junno também são veganos. “A Sasha entrou nisso por não querer esse tipo de energia dentro do corpo dela. O Ju foi pela saúde, para melhorar os triglicerídeos e o colesterol dele”. 

Se encontrando como ativista

É comum que durante esse processo, que vai desde descobrir o que a exploração animal causa, até os primeiros meses após se tornar vegano, as pessoas enfrentem dificuldades emocionais, sociais e de adaptação. Não é porque a Xuxa é a Xuxa que com ela foi diferente.

“Eu comecei a ver o quanto errei, o quanto eu estimulei as pessoas a usarem couro, o quanto eu me senti desinformada, burra e ignorante pelo fato de não saber coisas básicas”, diz.

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Hoje, Xuxa não é apenas vegana, mas também é ativista pelos animais e explica em uma só frase porque essa causa é tão importante para ela: “Eu sempre gostei mais de bicho do que de gente”.

No início, por causa da culpa e da raiva que sentia de si mesma e das outras pessoas, a apresentadora passou a “militar” de forma dura e acabou tachada de chata. Ela lembra que desejava mostrar o que havia descoberto, mas, muitas vezes, fez isso de forma rude e percebeu que não queriam ouvi-la.

“Quando eu falo sobre comer cadáver, bicho morto ou defunto, as pessoas odeiam e não querem ouvir. Elas se assustam. Hoje, uso mais camisetas, não falo mais tanto. Quando vejo algo importante, coloco nos meus stories e escrevo para as pessoas refletirem um pouco sobre aquilo”, explica.

Lidando com o hate

Mesmo assim, ela precisa lidar constantemente com comentários negativos e ofensivos, principalmente na internet. Segundo a apresentadora, a maioria é de pessoas que não têm noção do que estão dizendo e só querem atingi-la gratuitamente. 

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“Qualquer coisa que eu fale sempre vai ter alguém do contra. O que eu queria mesmo é que as pessoas se informassem. Depois de receber a informação, se elas ainda quiserem comer bicho morto, aí sim eu diria que é uma opção delas”, diz.

O veganismo mudou tudo

Para Xuxa, tudo mudou desde que se tornou vegana: “Meu coração está mais calmo, minha cabeça ficou diferente, minha pele está melhor, minha vida sexual melhorou, tudo! Antes, ao andar em uma esteira, eu já ficava cansada. Agora, mesmo com 60 anos, eu me sinto com muito mais energia. Eu realmente tive mudanças incríveis”. Ela comenta que se sente mais feliz inclusive no momento de suas refeições:

Foto: Fotos Blad Meneghel | Arte: Eric Fiori / Redação Planeta

O futuro é vegano

A apresentadora se angustia ao lembrar que o aquecimento global está batendo na porta e que as pessoas precisam mudar para poder ver seus netos e bisnetos crescendo saudáveis. “Ainda não sacaram que 70% da Amazônia é desmatada para a plantação de soja, que vai para o gado”, diz.

Mesmo considerando o grupo dos veganos ainda muito pequeno, ela finaliza: “Eu acho que o veganismo é o futuro. Quer dizer, vamos trocar a palavra… A comida à base de plantas é o futuro. Para uma saúde melhor. Não só da gente, mas do planeta. É uma questão de tempo, mas eu acho que a gente está no caminho”.

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Fonte: Redação Planeta
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