A organização Cidades Sem Fome foi fundada em 2004 com o objetivo de desenvolver um projeto com ação eficaz na questão do desemprego de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
Hans Dieter Temp, idealizador do projeto, conversou por vídeo com Planeta (assista acima) e explica que, após realizar pesquisas, entendeu que as hortas urbanas são as ferramentas mais fáceis para incluir pessoas com baixa escolaridade e com pouca experiência na vida profissional.
A partir daí, passou a procurar terrenos vazios que, quando abandonados, se tornam um problema para o bairro onde estão. “A gente busca donos de terrenos urbanos que não têm uma destinação específica, ou têm, mas que poderia ser compartilhada com outra destinação”, diz.
Foi assim que nasceu a parceria com a Enel, concessionária de energia: o projeto criou hortas nos terrenos que abrigam as linhas de transmissão. Em um desses espaços, são produzidos de cinco a seis toneladas de alimentos por mês.
“Temos outras áreas também, de subprefeitura, de imobiliárias, de empresas, de escolas. Temos vários espaços”, explica.
Hans menciona que a Cidades Sem Fome busca canais de comercialização para os alimentos produzidos e que, atualmente, vende para 27 escolas públicas, para o SESC, para restaurantes e bares. “A ideia é fazer com que a gente consiga renda para essas hortas para que elas consigam pagar o salário das pessoas que foram convidadas a trabalhar no projeto”, conta Hans.
A Cidades Sem Fome tem 33 hortas urbanas e 51 hortas escolares localizadas em São Paulo (SP), Cubatão (SP) e Porto Alegre (RS), e são 456 pessoas que vivem da renda da comercialização das hortas.
Dê o play no vídeo acima para assistir a entrevista.