Moradores do bairro Amapá, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram flagrados pelo helicóptero da TV Globo, na manhã desta segunda-feira, 15, caminhando por ruas alagadas e com o nível de água na altura da cintura. Algumas pessoas também acenavam pedindo por ajuda. Um forte temporal atingiu o Rio de Janeiro no último fim de semana e deixou ao menos 11 pessoas mortas.
Segundo moradores de Duque de Caxias à emissora, a região foi alagada após às 13h de domingo, 14, depois que a água do Rio Capivari começou a transbordar e tomar as ruas. Eles também disseram que comportas haviam sido abertas para aliviar os bairros de Belford Roxo e isso teria causado o alagamento dos outros bairros.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que é o órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos, afirmou que, devido ao aumento do nível do rio, a água passou por cima das comportas. "Dada a situação da cheia do Rio Iguaçu, as bombas do Canal do Outeiro não dão vazão suficiente da água, uma vez que a mesma é escoada para o mar, que também se encontra em nível alto", diz em nota à emissora. Equipes do Inea estão em vários pontos da Baixada Fluminense verificando por que a água ainda não baixou.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, o governador em exercício do RJ, Thiago Pampolha, afirmou que apenas 2 das 5 bombas da Região Metropolitana que deveriam fazer a drenagem estão funcionando. "Essas bombas são muito antigas, elas foram inauguradas, salvo engano, em 2009 ou 2010, e elas todas estão em situações de muita fragilidade, elas são antigas, e nós estamos trabalhando apenas com 2 bombas."
Pampolha também diz que as regiões do Pilar, Amapá, São Bento e Belford Roxo sofrem com a ocupação irregular. "Ali é uma área de grande piscinão para fazer com que grande volume de água seja comportado e dê tempo para fazer o escoamento e a população sair. Esses piscinões foram ocupados. Moradores se instalaram ali. É preciso um controle habitacional e que moradores não construam em locais irregulares. Há necessidade de investimento do governo do estado. O governo federal se mostrou sensível em ajudar", acrescentou.
Conforme a Prefeitura de Duque de Caxias, não há registro de abertura de comportas de represas por parte da administração municipal.
Chuvas no Rio de Janeiro
Ao menos 11 pessoas morreram depois do forte temporal que atingiu o estado e a cidade do Rio de Janeiro na madrugada de domingo, 14. As mortes foram provocadas por afogamento, descarga elétrica e soterramento em diferentes partes do estado, principalmente na Baixada Fluminense e na Zona Norte da capital, conforme o Corpo de Bombeiros.
De acordo com autoridades, há ainda dois desaparecidos. Em Belford Roxo, o veículo em que uma mulher estava foi arrastado para dentro do Rio Botas, na altura do bairro Andrade Araújo. O marido, que também estava no carro, conseguiu escapar. A mulher ainda não foi encontrada.
Além disso, vias importantes, como a Avenida Brasil, ficaram alagadas e o Hospital Ronaldo Gazolla, em Niterói, passou a madrugada sem energia elétrica. A situação foi normalizada no final da manhã de domingo.
O prefeito Eduardo Paes (PSD) pediu que as pessoas evitem percorrer vias alagadas. Em postagem realizada no X, antigo Twitter, a prefeitura informou que foi atingido recorde histórico de chuvas em uma hora: 120,2 mm.
De acordo com comunicado, o município entrou no estágio 4, em uma escala de 5, devido à alta quantidade de água acumulada nas vias. "Não se desloque pela cidade e fique em local seguro", diz o texto emitido pela prefeitura, segundo o qual a principal região afetada pelo temporal foi a Zona Norte.
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