Caçadores de auroras: brasileiros chefiam expedições de observação de fenômeno raro na Islândia

Fotógrafos documentais são sócios e organizam expedições para o avistamento de auroras boreais no país insular nórdico

4 jan 2024 - 04h00
Resumo
Dois fotógrafos brasileiros foram à Islândia para compartilhar a felicidade de seu contato com a natureza pelo mundo. Eles organizam expedições para observar auroras boreais, fenômenos naturais como cavernas de gelo e campos vulcânicos em erupção.
Fotógrafos brasileiros chefiam expedições por paisagens da Islândia
Fotógrafos brasileiros chefiam expedições por paisagens da Islândia
Foto: Reprodução/Instagram/@terraadentro

'A felicidade só é real quando compartilhada'. A frase do aventureiro Christopher McCandless, cuja vida inspirou a obra Na Natureza Selvagem, pauta o trabalho dos fotógrafos documentais mineiros Sabrina Chinellato e Henrique Fonseca.

Após viajarem o mundo em busca de belas paisagens, os dois se instalaram na Islândia, onde organizam expedições para 'compartilhar a felicidade' no lugar onde 'gelo e fogo convivem em harmonia'.

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Aurorais boreais, cavernas de gelo, glaciares, lagos termais e campos vulcânicos em erupção são alguns dos fenômenos naturais que fazem com que a Islândia pareça 'outro planeta'. No entanto, a escolha pela ilha europeia como destino para as expedições não aconteceu por acaso, como explicam em conversa com o Terra.

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Em uma viagem que durou três anos e meio e chegou a ser temporariamente interrompida pela pandemia da covid-19, Sabrina e Henrique conheceram 60 países. "A gente tinha o objetivo de experimentar esse sentido de vida e da natureza mesmo, conhecer os extremos do mundo, do Deserto do Saara ao Ártico", explicou a fotógrafa.

Segundo Sabrina, apesar da oportunidade de conhecer paisagens únicas pelo mundo, foi a Islândia que os cativou 'por uma série de fatores', como a intensa atividade vulcânica e a presença de glaciares, que  rendem o apelido de 'Terra do Gelo e do Fogo' à ilha nórdica, além de um fenômeno visual muito especial. 

"Nessa viagem, a gente também teve a oportunidade de ver e caçar as auroras boreais, um fenômeno muito diferente, indescritível. Poder presenciar o céu sendo tomado pelas cores, pela energia e pelo movimento é algo muito fantástico. Então, a gente escolheu a Islândia para ser a nossa segunda casa, para trabalhar, fotografar e compartilhar essa paixão com outras pessoas que gostariam de conhecer", acrescentou.

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Fotógrafos brasileiros chefiam expedições por paisagens da Islândia
Foto: Reprodução/Instagram/@terraadentro

Expedições de 'caça' 

Para viabilizar o desejo de compartilhar a experiência islandesa com outras pessoas, os sócios fundaram a 'Terra Adentro', um negócio para a organização de expedições com turmas fechadas pelos destinos naturais do país.

A partir da capital Reykjavik, Sabrina, Henrique e o guia local Einar Thor acompanham um grupo fechado de turistas em uma expedição de 'caça' às auroras boreais, além de outras paisagens.

'Caça' porque o avistamento de auroras boreais exige conhecimento técnico, análise das condições de clima e muito planejamento prévio, explica Henrique. Caso contrário, a observação 'à sorte' pode frustrar o turista. 

"Por ser um fenômeno raro, a gente têm que fazer todo um monitoramento para identificar o dia mais adequado, os horários com mais chances de visualização. Como estamos lidando com um fenômeno da natureza, é impossível trabalhar com exatidão, mas conseguimos fazer o melhor com as probabilidades que temos", afirma o fotógrafo. 

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Henrique afirma ainda que os roteiros são planejados com o objetivo de otimizar as chances de visualização das auroras boreais, como cidades e hotéis mais afastados dos centros urbanos da Islândia. O planejamento também envolve estudar as condições climáticas das regiões que serão visitadas. 

"Alguns lugares têm, estatisticamente, maior concentração de nebulosidade, o que dificulta a visualização. Com esse acompanhamento sendo feito dia a dia, aumentos muito as nossas taxas de sucesso na observação das auroras boreais", ressalta. 

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Foto: Instagram/@terraadentro

Perrengues fazem parte da experiência

Os sócios explicam também que o clima extremo da Islândia é um dos desafios na hora de planejar as expedições. Isso porque as condições climáticas podem mudar repentinamente, como no caso de um grupo que, durante a viagem, foi surpreendido por uma tempestade de ventos que chegaram a 150 km/h

"Esse é um dos motivos pelos quais a gente aconselha as pessoas a não viajar sem um guia por aqui, é preciso experiência para lidar com esse tipo de situação. Nesse caso, tivemos que esperar a tempestade passar em um lugar seguro. É maravilhoso, mas é um clima bastante remoto", completa Sabrina. 

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Para Henrique, apesar do amor pelo país nórdico, a adaptação não foi fácil. Ele conta que teve a própria paixão por aventuras a seu favor quando precisou se acostumar com a Islândia. Atualmente, o fotógrafo se diz nômade e divide seus dias entre o trabalho na ilha, visitas à família no Brasil e viagens a outros destinos. Já Sabrina vive na Itália quando não está trabalhando como guia.

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Fonte: Redação Terra
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