O Cerrado é um dos cinco biomas do Brasil, localizado majoritariamente no Centro do país e abarcando cerca de 23,3% do território. Ali se encontram 8 das 10 bacias de água brasileiras, sendo de grande relevância com abastecimento para os demais biomas. Possui uma grande biodiversidade, mas sofre com a ação humana, com um aumento de 3% em desmatamento desde 2020.
O Cerrado é um dos cinco biomas que estão presentes no Brasil e berço dos grandes rios brasileiros. Apenas nele, há oito das 10 bacias que abastecem o País, além de apresentar uma grande abundância de vegetação e vida animal. Mesmo sendo tão importante, o bioma sofre com a ação humana.
Localizado majoritariamente no centro do Brasil, o Cerrado cobre mais de 2 mil km² - cerca de 23,3% do território nacional, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima. Sendo eles, os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Piauí, Maranhão, Rondônia, Pará, Paraná, e Distrito Federal.
Berço dos grandes rios
“Berço dos grandes rios”, “caixa d’água”, “pai das águas do Brasil” e por aí vai. Os apelidos não são atoa. Dentro do território que abrange o Cerrado, estão as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul: a do Rio da Prata, a do Rio São Francisco e boa parte da Bacia Amazônica.
Junto com elas, também estão os rios Araguaia, Tocantins, Paraguai, Parnaíba, Gurupi, Jequitinhonha e Paraná.
A abundância de águas tem um motivo, de acordo com a coordenadora do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), centro da UFG especializado em acompanhar o Cerrado, professora Elaine Barbosa.
“Dentre as 10 bacias de água do país, oito têm nascentes no Cerrado. Devido ao relevo e posição, o bioma recebe e também envia para os demais biomas”, explicou.
Biodiversidade
Toda essa água contribui de uma forma surpreendente ao bioma. O Cerrado tem uma grande biodiversidade. “Com elevado endemismo de fauna e de flora, o Cerrado é considerado a savana mais rica do planeta”, pontua Barbosa. “A vegetação possui raízes profundas e densas, que armazenam as fases do efeito estufa e facilitando o reabastecimento de lençóis freáticos e aquíferos”.
Há mais de 12 mil espécies de plantas nativas já catalogadas, segundo dados de 2021 divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente. Deste total, cerca de 36,8% está sob alguma categoria de ameaça de extinção e apenas 17% em conservação.
Muitos frutos fazem sucesso pela diversidade de sabores. Entre eles estão, o famoso pequi, buriti, mangaba, cagaita, araticum e outros. Já quando o assunto é fauna, de acordo com a professora Elaine, destacam-se o lobo-guará, a seriema, o tamanduá e entre outros.
Ainda segundo a professora, o clima predominante do Cerrado é o “Tropical Chuvoso” e possui dois períodos principais e bem definidos: verões chuvosos e invernos secos.
Ação humana
De acordo com a estimativa do sistema Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, divulgado em novembro do ano passado, a taxa oficial de desmatamento no Cerrado é de 11.011,7 km² para o período de agosto de 2022 a julho de 2023. O resultado representa um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo Elaine Barbosa, o grande avanço do número é devido à ação agropecuária no bioma. “O desmatamento tem sido intenso ao longo das 4 últimas décadas. Hoje não podemos mais ter desmatamento de nenhuma forma, nem legal e muito menos ilegal”, diz.
No intuito de tentar combater o crescimento da destruição, foi relançado pelo Governo Lula o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e de Queimadas no Cerrado (PPCerrado). Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima, o compromisso é de alcançar desmatamento zero no Cerrado até 2030, com a eliminação da ação ilegal e com a compensação da área suprimida.