Chimpanzés aprenderam a usar ervas medicinais para tratar doenças; veja como humanos podem se beneficiar

Estudo pioneiro revelou que primatas são capazes de buscar plantas específicas em seu habitat para tratar enfermidades e ferimentos

27 jun 2024 - 16h46
(atualizado às 23h59)
Primatas aprenderam a usar ervas medicinais para tratar doenças e ferimentos
Primatas aprenderam a usar ervas medicinais para tratar doenças e ferimentos
Foto: Divulgação/Elodie Freymann

O uso de plantas medicinais acompanha a evolução humana desde a pré-história. Os primeiros registros de ervas usadas para o tratamento de enfermidades e combate a insetos e fungos datam de 3.000 anos antes de Cristo. Milênios depois, pesquisadores revelaram que chimpanzés, na natureza, também fazem o uso de vegetais com propriedades curativas e anti-inflamatórias

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Oxford passou cerca de quatro meses na Reserva Florestal de Budongo em Uganda, na África. Os cientistas analisaram uma família de 51 chimpanzés e observaram atentamente cada planta e erva consumida pelos primatas. 

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Um caso em particular cativou os cientistas: um chimpanzé macho, que estava com uma das mãos machucada, deliberadamente procurou por folhas de samambaia para comer. Mais tarde, uma amostra da planta revelou altos níveis de compostos anti-inflamatórios, responsáveis por diminuir dor e febre local. 

Primatas aprenderam a usar ervas medicinais para tratar doenças e ferimentos
Foto: Divulgação/Elodie Freymann

Outro exemplar foi um jovem primata que se alimentou das folhas de uma planta conhecida como espinho-de-gato, tradicionalmente usada para tratar casos de vermes intestinais. Em outro momento, os pesquisadores analisaram as fezes do chimpanzé e comprovaram que ele sofria, de fato, com uma infecção parasitária grave. 

Responsável pela pesquisa, a especialista em Antropologia Elodie Fryemann afirmou que o conhecimento dos chimpanzés sobre as florestas podem ajudar na descoberta de compostos para a produção de novos medicamentos. Os resultados foram publicados na revista científica PLOS One

"Estudar a auto-medicação dos chimpanzés é como um trabalho de detetive, em busca por evidências multidisciplinares. Meses de estudos comportamentais nos levaram a plantas com altos níveis de bioatividade", afirmou a especialista ao tablóide britânico Daily Mail. 

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Primatas aprenderam a usar ervas medicinais para tratar doenças e ferimentos
Foto: Divulgação/Elodie Freymann

Um outro passo da pesquisa é entender como os chimpanzés chegaram às plantas com potencial medicinal, afirma Fryemann: "Nesse momento, somos levados a crer que alguns comportamentos são instintivos, mas algumas ações e plantas específicas dão indícios de que os comportamentos são aprendidos entre as comunidades animais". 

Algumas das ervas comidas pelos primatas, inclusive, já são usadas na medicina tradicional em regiões africanas: "Nosso estudo evidencia o conhecimento medicinal que podemos observar de outras espécies e destaca a necessidade de protegermos as florestas e esses animais para as próximas gerações", finaliza a pesquisadora. 

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Fonte: Redação Terra
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