O Brasil viverá aumento de 350% até 2050 na compra de ar-condicionados, de acordo com uma projeção feita pela Agência Internacional de Energia (AIE). O número, que atualmente é de 36 milhões, poderá chegar a 160 milhões de unidades apenas no País. A possibilidade tem levantado preocupações dos especialistas em clima.
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Segundo o levantamento divulgado pelo jornal O Globo no domingo, 20, o eletrodoméstico, que é adquirido para refrescar do calorão, acaba se tornando parte do problema. Isso porque o ar-condicionado gera sozinho 2,7% das emissões globais de gases de efeito estufa e consome 7% da eletricidade da Terra. Com o consumo dobrado devido às temperaturas extremas, os aparelhos vão consumir 14% da eletricidade mundial em 2050.
De acordo com AIE, cerca de 90% de toda essa demanda estará em economias emergentes, como Índia, China e Brasil.
Todo esse efeito está ligado à forma de funcionamento atual dos aparelhos de ar-condicionado. Em parte da tecnologia de resfriamento por compressores são usados hidrofluorcarbonetos (HFCs), gases de efeito estufa poderosos. Devido a eles, a Emenda de Kigali, um tratado internacional entrou em vigor em 2019, no intuito de descontinuá-los. As fabricantes terão até 2045 para pararem de produzi-los.
Outro "vilão" é o elevado consumo de energia. Atualmente, a maioria da produção de eletricidade do mundo vem da queima de combustíveis fósseis, que emitem dióxido de carbono (CO2), um dos gases mais perigosos no efeito climático. O uso consciente e adoção de tecnologias mais sustentáveis são algumas das recomendações dos especialistas para tentar mitigar os impactos ambientais.