Espécie de tamanduá considerada extinta há 130 anos no RS, é avistada em parque do Estado

Armadilha fotográfica capturou movimentação do animal no Parque Estadual do Espinilho, em Barra do Quaraí

19 dez 2023 - 16h36
(atualizado às 17h14)
A primeira aparição do animal aconteceu em junho deste ano
A primeira aparição do animal aconteceu em junho deste ano
Foto: ASCOM SEMA-FEPAM

Um tamanduá-bandeira foi registrado em um parque do Estado do Rio Grande do Sul após 130 anos sendo considerado extinto na região, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).

As imagens do animal foram captadas por uma câmera acionada à distância, instalada por ambientalistas no Parque Estadual do Espinilho, em Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste, e divulgadas na última segunda-feira, 18. 

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A primeira aparição do animal aconteceu em junho deste ano, surpreendendo os estudiosos que buscam animais silvestres na unidade de conservação da Barra do Quaraí. 

"A gente acredita que esse bicho seja uma expansão do trabalho de reintrodução feito na Argentina, lá em Esteros del Iberá, do trabalho da Fundação Rewilding. Esses animais estão adentrando o Rio Grande do Sul. No Uruguai, o Tamanduá também já tinha sido extinto no mesmo período em que isso aconteceu aqui no Pampa brasileiro”, explicou o biólogo Fábio Mazim, responsável pelo registro.

Foram registradas a presença do animal em turnos distintos, entre julho e setembro. Ainda segundo a secretaria, não é possível concluir se todos correspondem ao mesmo animal, ou se há dois tamanduás-bandeira vivendo no parque.

O tamanduá-bandeira recebeu esse nome por ter o formato da cauda semelhante ao de uma bandeira
Foto: ASCOM SEMA-FEPAM

A descoberta será relatada em um trabalho científico, em colaboração com pesquisadores da Argentina e Uruguai.

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Mais sobre a espécie

O tamanduá-bandeira, como é popularmente conhecido, é um mamífero nativo da América do Sul. Recebeu esse nome por ter o formato da cauda semelhante ao de uma bandeira.

Esses animais têm uma função ecológica de extrema importância, que consiste na adubação da terra, uma vez que se alimentam de insetos e acabam espalhando resíduos e nutrientes pelo solo.

Quando atingem a idade adulta, são animais solitários. Não são ágeis nem agressivos, a menos que se sintam ameaçados. Apesar do tamanho e do peso, conseguem se proteger de predadores sobre as árvores, graças ao auxílio de suas garras.

A Unidade de Conservação

O Parque Estadual do Espinilho é uma Unidade de Conservação do bioma Pampa, sob responsabilidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). É importante para a conservação de uma formação vegetal exclusiva da região, com espécies características, como a árvore que deu origem ao nome da unidade.

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Além da formação vegetal única, várias espécies da fauna estão associadas a esse tipo de formação e dependem do parque para sua manutenção.

“A observação do Tamanduá-bandeira no Parque do Espinilho representa uma descoberta de relevância para a UC, pois irá motivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a biodiversidade local, possibilitando maior compreensão sobre as interações ecológicas e o comportamento da espécie nesse ambiente”, ressalta a secretária da Sema, Marjorie Kauffmann.

Outras 11 Unidades de Conservação estão inseridas no bioma Pampa, totalizando 1.989 km2. São elas: Reserva Biológica Ibirapuitã, Reserva Biológica São Donato, Parque Camaquã, Parque Podocarpus, Reserva Biológica Mato Grande, Parque Itapuã, Parque Delta do Jacuí, Refúgio de Vida Silvestre Banhado dos Pachecos, Refúgio de Vida Silvestre Banhado do Maçarico, Área de Proteção Ambiental Banhado Grande e Área de Proteção Ambiental Delta do Jacuí.

Fonte: Redação Terra
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