Híbridos retrocruzados: o DNA oculto das baleias azuis se cruza com outras espécies e crias híbridas

23 mar 2025 - 12h18
(atualizado em 24/3/2025 às 13h54)
Foto: Xataka

Um estudo publicado na Conservation Genetics revelou que cerca de 3,5% do DNA das baleias azuis do Atlântico Norte (Balaenoptera musculus musculus) veio de outra espécie: a baleia-comum (Balaenoptera physalus). Este é um fato surpreendente, uma vez que até recentemente se pensava que os híbridos entre espécies eram estéreis.

A descoberta foi feita por cientistas do Canadá e da Noruega. Eles analisaram o DNA de 31 baleias azuis do Atlântico para criar um genoma "do zero" que serviu de base para comparar as sequências genéticas de cada espécime. O estudo mostra que a hibridização pode ser um mecanismo natural e reprodutivamente viável nesses animais.

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O que é introgressão?

O processo pelo qual uma espécie adquire o material genético de outra é conhecido como introgressão. Segundo Robotitus, isso era considerado incomum na natureza, já que híbridos como a mula ou o ligre (mistura de leão e tigre) são estéreis. No entanto, no caso das baleias, seus híbridos parecem ter descendentes férteis. Isso indica que, apesar de suas diferenças, ambas as espécies são muito próximas em termos genéticos.

O primeiro caso documentado de um híbrido fértil em cetáceos foi em 1986, na Islândia. Na ocasião, uma baleia híbrida prenha foi encontrada, confirmando que a mistura genética pode ser bem-sucedida. No entanto, a introgressão pode ter efeitos negativos, como a perda de características específicas de cada espécie. As baleias azuis apresentam mais DNA de baleia-comum, enquanto o contrário ...

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