As duas empresas que tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 1, quando foi deflagrada a Operação Mácula - que investiga o vazamento de óleo em praias do Nordeste brasileiro - emitiram notas nas quais negam envolvimento com o caso. Enquanto a Lachmann Agência Marítima afirmou "não ser alvo da investigação", a Witt O'Brien's Brasil declarou que "jamais" teve como cliente da empresa (Delta Tankers) cujo navio (Bouboulina) é apontado como causador da tragédia ambiental. Nem o nome da companhia, nem o da embarcação são citados no texto.
No início da manhã, agentes da PF estiveram nas sedes das duas empresas, na região central do Rio. Cumpriam mandados de busca e apreensão emitidos pela 14ª Vara Federal Criminal do Rio Grande do Norte.
Ainda de manhã, um representante da Witt O'Brien's Brasil disse ao Estado que os agentes não levaram nenhum documento da sede. À tarde, a empresa encaminhou nota negando ter entre seus clientes o navio de bandeira grega apontado como sendo o responsável pelo vazamento de óleo.
"Países como Canadá, Estados Unidos, Panamá e Argentina exigem que os navios que se dirigem aos seus portos tenham contratos pré-estabelecidos com empresas de atendimento e gerenciamento de emergências", informou a Witt O'Brien's Brasil.
"A Witt O'Brien's americana é uma das grandes provedoras desse tipo de serviço de prontidão para gerenciamento de emergências em navios nos Estados Unidos, porém seus contratos não guardam nenhuma relação com a empresa no Brasil", diz o texto.
A outra empresa alvo dos policiais federais na manhã desta sexta foi a Lachmann Agência Marítima. Em nota, a empresa declarou que "não é alvo da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento de óleo que atingiu a costa do Brasil". Afirmou ainda que a agência "foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações".
Ainda segundo a Lachmann, "a agência marítima é uma prestadora de serviços para as empresas de navegação, não tendo nenhum vínculo ou ingerência sobre a operacionalidade, navegabilidade e propriedade das embarcações".
CONFIRA A NOTA DA WITT O'BRIEN'S BRASIL
"Na manhã desta sexta-feira (01/11), a Polícia Federal esteve na sede do escritório da Witt O'Brien's Brasil, no Rio de Janeiro, para ação da operação "Mácula", que investiga a procedência do atual vazamento de óleo na costa brasileira.
Prezando pela transparência, a Witt O'Brien's informa que, esse navio ou seu armador JAMAIS foi cliente da Witt O'Brien's no Brasil, e que o Brasil não exige que navios tenham contratos pré-estabelecidos para combate a emergências.
A Witt O'Brien's Brasil informa também que países como Canadá, Estados Unidos, Panamá e Argentina exigem que os navios que se dirigem aos seus portos tenham contratos pré-estabelecidos com empresas de atendimento e gerenciamento de emergências.
A Witt O'Brien's americana é uma das grandes provedoras desse tipo de serviço de prontidão para gerenciamento de emergências em navios nos Estados Unidos, porém seus contratos não guardam nenhuma relação com a empresa no Brasil.
No Brasil, esse tipo de exigência não existe e esse tipo de contrato não é praticado pela Witt O'Brien's Brasil.
A Witt O'Brien's Brasil afirma que está à disposição das autoridades brasileiras e que contribuirá com todas as informações necessárias."
CONFIRA A NOTA DA LACHMANN AGÊNCIA MARÍTIMA
"A Lachmann Agência Marítima esclarece que não é alvo da investigação da Polícia Federal sobre o vazamento de óleo que atingiu a costa do Brasil. A agência foi tão somente solicitada pela Polícia Federal a colaborar com as investigações. A agência segue à disposição das autoridades para quaisquer informações adicionais.
Fundada em 1927, a Lachmann Agência Marítima atende vários navios de diversos armadores que escalam os portos brasileiros, fornecendo serviços relacionados à entrada e saída nos portos. Esses serviços correspondem ao atendimento das normas relacionadas aos órgãos anuentes, como Anvisa, Capitania dos Portos, Polícia Federal, Receita Federal, Docas e outros, e coordenação da contratação de serviços portuários relacionados, como praticagem, rebocadores, lanchas de amarração e outros.
A agência marítima é uma prestadora de serviços para as empresas de navegação, não tendo nenhum vínculo ou ingerência sobre a operacionalidade, navegabilidade e propriedade das embarcações."