A história bíblica da Arca de Noé, que teria salvado um casal de cada espécie animal durante uma longa tormenta, serviu de inspiração para garantir o futuro de algumas variedades de oliveiras que correm risco de extinção na Itália, Espanha e Marrocos por não ser tão produtivas do ponto de vista comercial.
Para evitar a perda de um patrimônio tão vasto em termos de biodiversidade, a "Arca de Noé das azeitonas" tem investido no cultivo de oliveiras regionais, como nas cidades italianas de Lugnano in Teverina, na Úmbria, e Follonica, na Toscana.
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Na Úmbria, o consumo de azeite está tão presente na cultura que cada recém-nascido ou recém-chegado em Lugnano in Teverina ganha uma oliveira de boas-vindas. No vilarejo, situado nas colinas Amerini, escavações arqueológicas revelaram a presença do cultivo de azeitonas desde o final do século 1.
A "Arca de Noé" da cidade tem o nome de "Olea Mundi", uma coleção com 400 variedades de oliveiras que podem ser replicadas a partir de três exemplares de cada espécie, totalizando 1,2 mil árvores distribuídas em 10 hectares.
Além da preservação genética de importantes amostras, a iniciativa também permite que cientistas estudem o comportamento das cultivares em meio às mudanças climáticas.
"As coleções globais de espécies de oliveiras representam uma grande força motriz para os territórios que têm a sorte de abrigar essas excelências. Além do estudo e da conservação da biodiversidade, são uma importante ferramenta que pode ser colocada a serviço das escolas, das universidades e dos turistas interessados no mundo dos azeites", afirma a parlamentar europeia Francesca Peppucci.
A Itália é a líder na União Europeia em número de azeites extra virgens com selos de Denominação de Origem Protegida (43) ou de Indicação Geográfica Protegida (7), fruto de um patrimônio de 250 milhões de plantas e 533 cultivares de oliveiras. .
