Considerado o maior iceberg do mundo, o A23a se manteve intacto desde quando se desprendeu da ilha gignatesca de gelo há mais de 30 anos, mas não resistiu a uma 'armadilha marítima': a Coluna de Taylor. Desde a captura, há alguns meses, o iceberg está girando em círculos.
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De acordo com a BBC Brasil, o gigantesco iceberg tem cerca de 4 mil quilômetros de extensão, e é quase três vezes maior que a cidade de São Paulo (1.531 km). Se contar apenas a área urbana do município (914 km), cabem quatro vezes a capital paulista na imensa ilha de gelo.
O fato de o iceberg ter se desprendido da costa da Antártida em 1986 e, desde então, permanecer intacto, sem derreter, é algo que especialistas consideram um feito relevante.
Desde seu desprendimento, a ilha de gelo permanecia estática, sem se movimentar, porém, em 2020, isso mudou. Acredita-se que ela tenha sido afetada por alguma corrente oceânica, o que a fez seguir para o norte, em direção para águas mais quentes. Isso poderia resultar em seu derretimento, causando impacto direto nos fluxos das águas, influenciando a eventual formação de correntes, a distribuição de nutrientes que impulsionam a atividade biológica no oceano, entre outras possibilidades relevantes à vida humana e animal da Terra.
O que é a Coluna de Taylor?
O iceberg, entretanto, foi 'capturado' pela Coluna de Taylor. O fenômeno, que carrega o nome do físico que o descobriu, Sir Geoffrey Ingram Taylor, é caracterizado quando uma corrente encontra uma obstrução, o que gera uma espécie de cilindro giratório subterrâneo.
Conforme a rede britânica, a obstrução que impede o iceberg de continuar vagando e o faz girar pode ser assemelhada a um declive de 100 km de largura no fundo do oceano. Nesse 'buraco', a imensa ilha de gelo acaba impedida de seguir e, ainda afetada por correntes, fica apenas se movimentando em círculos. No caso, na direção anti-horária.
Desde abril o A23a está localizado ao norte das Ilhas Órcades do Sul, pesquisadores afirmam que ele pode permanecer 'preso' por anos e que a 'armadilha' deve atrasar seu derretimento e consequentemente a dispersão de suas águas nos oceanos. Apesar disso, como o iceberg não aterrou na Coluna de Taylor, ele segue sendo monitorado constantemente. Segundo especialistas, há pelo menos mil metros de água entre sua base e o fundo do oceano.