A Amazônia precisa de uma gestão melhor para que o "ecocídio" que está ocorrendo na floresta termine, disse nesta sexta-feira o presidente da França, Emmanuel Macron, antes da cúpula do G7 no final de semana.
À medida que os incêndios florestais avançam no Brasil, Macron afirmou ao site de notícias francês Konbini que a questão será discutida na reunião de líderes mundiais, que ocorre nesta semana em Biarritz.
"A Amazônia está queimando e essa é uma questão que preocupa todo o mundo, pois ela é uma fonte de biodiversidade", disse Macron. "Temos um verdadeiro ecocídio se desenvolvendo em toda a Amazônia, não apenas no Brasil", acrescentou o presidente francês.
Dando continuidade a um confronto com o presidente Jair Bolsonaro, Macron criticou a gestão brasileira da Amazônia. "Precisamos encontrar uma boa governança na Amazônia. Isso significa que precisamos envolver ONGs e populações locais muito mais do que fazemos atualmente, e que precisamos interromper o desmatamento industrial que ocorre em todo lugar", disse.
Em um tuíte publicado na quinta-feira, Macron declarou que os incêndios são "uma crise internacional", dado que a Amazônia é o pulmão do mundo e produz 20% de seu oxigênio. "As pessoas esquecem, o presidente do Brasil esquece, mas a França está na Amazônia. A maior fronteira da França no exterior é entre a Guiana Francesa e o Brasil, então estamos lá", acrescentou, referindo-se ao território francês no norte da América do Sul.
Macron disse que tentará mobilizar no G7 os líderes mundiais para que levantem financiamento para reflorestar a área o mais rápido possível, além de desenvolver mecanismos para prevenir os incêndios florestais.
Mais cedo nesta sexta, o gabinete de Macron afirmou em um comunicado que a França se oporá ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, pois Bolsonaro estava mentindo quando minimizou preocupações a respeito das mudanças climáticas na cúpula do G20, realizada em junho, no Japão.
Na quinta-feira, Bolsonaro rejeitou com veemência a preocupação de Macron com os incêndios, a classificando como interferência. Nesta tarde, o presidente brasileiro criticou o francês por chamá-lo de mentiroso.