O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (22/08) que os incêndios na Amazônia devem fazer parte da agenda da cúpula do G7, que ocorre no fim de semana em Biarritz, no sudoeste francês.
"Nossa casa está queimando, literalmente. A Amazônia - o pulmão do planeta que produz 20% do nosso oxigênio - arde em chamas. Essa é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir em primeira ordem essa emergência", escreveu Macron em sua conta no Twitter. Junto com a mensagem, o presidente publicou uma foto do incêndio na Amazônia e a hashtag #ActForTheAmazon (Agir pela Amazônia).
Macron recebe no sábado os líderes dos países do G7 - Alemanha, França, Itália, Canadá, Estados Unidos, Japão e Reino Unido - em Biarritiz para seu encontro anual. Entre os temas da cúpula estavam o retorno da Rússia ao grupo e a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Diante do avanço das queimadas na Amazônia, o anfitrião fez um apelo ao grupo para que o tema também seja tratado no encontro.
As chamas destroem parte da floresta no Brasil e na Bolívia há duas semanas. Nos últimos dias, a fumaça dos incêndios florestais chegou até o Peru e a cidade de São Paulo.
Ainda não há dados oficiais sobre a dimensão do estrago causado pelos incêndios. Estima-se, porém, que milhares de hectares estão sendo consumidos pelo fogo nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de fogo em todo o país neste ano superam em 83% a quantidade registrada no mesmo período em 2018.
O presidente Jair Bolsonaro culpou a seca pela tragédia e, sem qualquer prova, chegou a acusar ONGs ambientalistas de estarem por trás das queimadas para suspostamente prejudicar seu governo.
O descaso do governo brasileiro com o meio ambiente tem sido alvo críticas da comunidade internacional. As imagens dos incêndios que já atingiram vários estados brasileiros, no entanto, dispararam um alerta mundial nesta semana e repercutiram em massa nas redes sociais, com intensa pressão para que as autoridades trabalhem para solucionar o problema.
Como parte dessa mobilização, circula nas redes a convocação para um protesto na sexta-feira, em frente a embaixadas do Brasil em vários países do mundo.
Nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que está profundamente preocupado com a situação. "Em meio à crise climática global, não podemos permitir mais danos a maior fonte de oxigênio e biodiversidade do planeta. A Amazônia precisa ser protegida", disse.