Mourão desmente Salles e garante combate ao desmatamento

28 ago 2020 - 19h31
(atualizado às 19h53)

O vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia, disse nesta sexta-feira que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, "se precipitou" com a divulgação da nota a respeito da interrupção de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e assegurou que ações para combate a crimes ambientais na região continuam.

Vice-presidente Hamilton Mourão (à esquerda) ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 
15/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Vice-presidente Hamilton Mourão (à esquerda) ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles 15/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Segundo nota oficial do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a partir da zero hora da segunda-feira operações de combate ao desmatamento ilegal e de queimadas na Amazônia e em demais regiões serão paralisadas devido a restrições orçamentárias.

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A Secretaria de Orçamento Federal determinou o bloqueio de 20,9 milhões de reais em verbas do Ibama e outros 39,7 milhões de reais em recursos do ICMBio. A restrição também vai paralisar ações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do país, afirmou o MMA mais cedo.

"O ministro se precipitou. Precipitação do ministro Ricardo Salles. O que está acontecendo: o governo está buscando recursos para poder pagar o auxílio emergencial, é isso que estou chegando à conclusão, então está tirando recursos de todos os ministérios. Cada ministério oferece aquilo que pode oferecer", disse Mourão a jornalistas em Brasília.

"Então, o ministro teve uma precipitação. Não vai ser isso que vai acontecer, não vão ser bloqueado os 60 milhões (de reais) entre Ibama e ICMBio que são exatamente de combate à queimadas e desmatamento", completou.

Mourão disse ainda que a Operação Verde Brasil -- de combate a crimes ambientais na Amazônia Legal -- tem como principal fonte de recurso o Ministério da Defesa. Segundo ele, essa verba é para que os agentes do Ibama e do ICMBio estejam em campo, pagando os brigadistas de combate às queimadas e "isso não vai ser retirado".

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"Isso é remanejamento que o governo está buscando fazer, está tirando dinheiro da Defesa, de outros lugares", disse.

"Continua a operação não está parada. O que o ministro viu foi uma planilha de planejamento que é da SOF. No Siafi (sistema de execução orçamentária do governo), que é o sistema onde você realmente bloqueia o recurso está em aberto, não está bloqueado. Então é precipitação", completou.

Demissão

Mourão afirmou que já avisou para Salles sobre a situação, mas qualquer medida sobre o ministro é de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, não dele. Questionado se a forma como ele  agiu soaria como um pedido de demissão, o vice disse que não vai levar para esse lado, porque Salles é escolhido pelo presidente.

"O que estou colocando para vocês é que foi divulgada uma nota que repercutiu de forma negativa principalmente em um momento que a gente sabe que tem que estar combatendo essas ilegalidades então estou colocando que não é essa a realidade que vai ocorrer", destacou.

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