Qual a história da onça-pintada Gaia, que morreu nos incêndios que atingem o Pantanal

A felina, monitorada desde maio de 2013 pela Organização Não-Governamental Onçafari, morreu nas queimadas que consomem o Pantanal

29 ago 2024 - 05h00
Onça-pintada Gaia
Onça-pintada Gaia
Foto: Divulgação/Onçafari

Os biomas do País estão em chamas, e prova disso são os 31 inquéritos abertos pela Polícia Federal, a pedido do Ibama, para investigar as queimadas na Amazônia e no Pantanal. Neste último bioma, em particular, o total de vegetação já perdida entre 1º de janeiro e 11 de agosto  varia entre 1 milhão e 1,5 milhão de hectares. A área representa de 6,99% a 9,98% do bioma. 

Além das perdas na flora, animais símbolos do Pantanal têm sucumbindo às queimadas. A onça-pintada Gaia é uma delas.

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A felina, monitorada desde maio de 2013 pela Organização Não-Governamental Onçafari, morreu nas queimadas que consomem o Pantanal. O anúncio da morte de Gaia foi feito em 9 de agosto pela ONG.

"É com grande tristeza que nos despedimos de Gaia, uma das onças monitoradas pelo Onçafari, conhecida pela equipe desde o nascimento. Infelizmente, o fogo interrompeu essa linda jornada e é impossível não sentir profundamente a sua perda", diz a publicação da organização em seu perfil no Instagram. "Gaia não teve tempo de se salvar do fogo. Infelizmente, veio com muita intensidade, absolutamente cruel".

Qual a história da onça Gaia

Gaia tinha 60 kg, era monitorada desde maio de 2013 e gerou quatro filhotes. A felina foi uma das trigêmeas de Esperança, onça-pintada que também é especial para o Pantanal. 

Veja algumas informações sobre Gaia:

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  • Monitorada desde maio de 2013, com nascimento estimado par ao mesmo período;
  • Foi mãe e avó;
  • Gostava de ficar no topo das árvores;
  • Sempre se mostrou habituada aos veículos desde muito pequena; nem mesmo quando pariu sua primeira cria e começou a caminhar com ela, Gaia mostrou qualquer insegurança diante dos veículos da ONG que a monitorava.

Seus relacionamentos incluíam:

  • Esperança (mãe);
  • Savana (irmã);
  • Ypy (irmão);
  • Pandhora (irmã);
  • Suricata (irmã);
  • Natureza (irmã);
  • Leen (filha);
  • Filhote Angelim (2019);
  • Ipê (sobrinho);
  • Piúva (sobrinha);
  • Brutus;
  • Isa;
  • Fera;
  • Joker;
  • Tyto;
  • Monteiro;
  • Ardido.
Onça-pintada Gaia
Foto: Divulgação/Onçafari

Queimadas no Pantanal

As queimadas que atingem o Pantanal já degradaram quase 10% do bioma entre 1º de janeiro e 11 de agosto. Dentre as áreas atingidas estão unidades de conservação e territórios indígenas. 

Ainda não há dados concretos de perdas de animais silvestres nesse período, mas, segundo a Onçafari, o número de animais resgatados é "infinitamente menor" do que o número daqueles que sucumbem às chamas. 

Ainda segundo a ONG, que cita dados do Ministério do Meio Ambiente, em três meses de intensas queimadas no Pantanal, membros da força-tarefa criada pelo Governo Federal conseguiram resgatar 564 animais silvestres.

Fonte: Redação Terra
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