As árvores surgiram há aproximadamente 400 milhões de anos e conseguiram sobreviver ao evento de extinção que eliminou os dinossauros há cerca de 66 milhões de anos, bem como a diversos períodos glaciais. Mas atualmente elas enfrentam uma nova e, talvez, a sua pior ameaça: a ação humana.
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Desde o nascimento da agricultura, o ser humano desmata florestas para abrir espaço para plantações e para a cultura de gado. Nos últimos 300 anos, estima-se que 1,5 bilhão de hectares de floresta foram desmatados, resultando em perda de biodiversidade, desertificação e aumento dos riscos de inundação, além dos surtos de novas doenças devido o aumento do contato entre humanos e animais, que perderam os seus habitats.
Neste cenário, o ecologista microbiano Jake Robinson reflete em seu novo livro Treewilding: Our Past, Present and Future Relationship with Forests, ainda não disponível em português, sobre como é possível proteger melhor as florestas existentes do desmatamento e restaurar aquelas que foram perdidas.
Para isso, ele defende uma espécie de 'reflorestamento consciente'. Ele propõe que as pessoas não devam apenas plantar árvores, mas "crescer" elas. Isso significa saber quais espécies se adequam a uma área e como elas estão conectadas à vida das pessoas locais e da vida selvagem.
Na contramão, as organizações utilizam iniciativas de plantio de árvores para mitigar sua pegada de carbono, muitas vezes sem fornecer informações suficientes sobre a eficácia dessas ações. Frequentemente, essas iniciativas envolvem o plantio de uma única espécie de árvore em grandes áreas, o que reduz a biodiversidade e pode tornar as florestas mais vulneráveis a doenças que afetam todas as árvores da mesma espécie.
Além disso, a introdução de árvores não nativas pode perturbar ecossistemas locais equilibrados, tornando-as espécies invasoras. Para o autor, é preciso compreender as conexões profundas que as árvores e as florestas compartilham com pessoas, animais e micróbios que ali habitam.
*Com informações da revista Nature.