O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta quinta-feira, 22, que o governo brasileiro irá dobrar o orçamento deste ano para fiscalização contra desmatamento na Amazônia, sem dar valores, mas afirmou que o Brasil ainda espera recursos estrangeiros para antecipar as metas de desmatamento zero.
Em entrevista depois do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Dia da Terra, organizada pelo governo norte-americano, Salles afirmou que os recursos extras serão usados para as agências de fiscalização e também para a contratação de equipes da Força Nacional de Segurança para a fiscalização contra o desmatamento.
Salles reafirmou ainda que o governo brasileiro se compromete a cumprir a meta de neutralidade carbônica até 2050 sem recursos externos, mas repetiu que o Brasil espera investimentos estrangeiros e tem dinheiro a receber do mercado internacional de carbono.
Segundo o ministro, o país precisa de 1 bilhão de dólares por ano para cumprir um plano apresentado ao governo norte-americano que permitiria reduzir o desmatamento ilegal em 30% a 40% em 12 meses.
"O Brasil receber esse apoio para o plano que foi colocado e orçado em 1 bilhão de dólares é bastante razoável. Isso se insere dentro da ajuda que foi colocada pelo presidente Joe Biden na campanha, de 20 bilhões de dólares", disse Salles.
Na verdade, durante a campanha eleitoral norte-americana, Biden afirmou que poderia reunir um grupo de países para investir 20 bilhões para o Brasil parar de desmatar a Amazônia, mas também poderia impor sanções se o país não avançasse nesse sentido. À época, Salles e Bolsonaro rechaçaram e criticaram a ideia.