SC: moradores reclamam de desmatamento em área de preservação

26 mar 2013 - 18h33
(atualizado às 18h48)
O local, em meio às dunas que levam à praia, é um dos mais preservados da capital catarinense
O local, em meio às dunas que levam à praia, é um dos mais preservados da capital catarinense
Foto: Fabricio Escandiuzzi / Especial para Terra

O desmatamento causado pelo desassoreamento de um rio em uma área de preservação permanente (APP) na praia do Campeche, bairro localizado na região sul de Florianópolis, gerou revolta da comunidade. O local, em meio às dunas que levam à praia, é um dos mais preservados da capital catarinense. Neste final de semana, moradores flagraram uma retroescavadeira trabalhando ao lado de um rio, em meio à APP.

Cerca de 1,5 km de mata na margem direita de um rio foi derrubada pela máquina, que trabalhou na retirada de lama e esgoto das águas. No local, ainda é possível encontrar animais mortos, ninhos de pássaros e muitas plantas nativas destruídas. "Moro no bairro há 60 anos e sei que esta área é repleta de animais. Mexeram no rio porque os prédios do loteamento Novo Campeche não contam com escoamento do esgoto", reclamou o morador Luís Manoel Chagas Neto, 63 anos. "Entraram nas dunas e na mata para evitar que as construtoras tivessem problemas com esgoto".

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A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) confirmou que uma máquina atuou na APP para efetuar o desassoreamento do rio. Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, a obra seria uma medida "preventiva" para evitar o transbordo do canal. "Com as chuvas dos últimos dias o local não iria suportar o volume de água", afirmou.

Já a Fatma, órgão estadual de fiscalização do meio ambiente, informou que enviaria uma equipe para avaliar a situação ainda nesta semana. Procurado, o Ibama de Santa Catarina não se manifestou.

Para os moradores locais, o fato de o desassoreamento estar sendo realizado em uma APP mostra o "crescimento desordenado" da cidade. "Não temos Plano Diretor e as construtoras fazem o que querem. Tudo ao inverso: destruir uma área de preservação para liberar o esgoto de empreendimentos imobiliários é ridículo", criticou o servidor público Allan Domingos Silvério, 43 anos.

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