Subiu para 93 o número de mortos nos incêndios florestais que atingiram a ilha americana de Maui, no arquipélago do Havai, de acordo com os dados divulgados neste domingo, 13, pelas autoridades locais. A previsão é que, à medida que as buscas prosseguem nas zonas devastadas, mais vítimas sejam encontradas.
"Vai aumentar", disse o governador do Havaí, Josh Green, se referindo ao número de óbitos. "Só podemos esperar e apoiar aqueles que estão vivos. Nosso foco agora é reunir as pessoas como pudermos, dar-lhes moradia e cuidados de saúde e depois voltar para a reconstrução".
Estes incêndios florestais são os mais letais ocorridos nos Estados Unidos em mais de 100 anos. Inclusive, eles superam o de Camp Fire, no estado da Califórnia, que deixou 85 mortos e reduziu a cinzas a cidade de Paradise.
Só duas vítimas identificadas
Dois dos três incêndios de Maui ainda estão ativos, segundo o último balanço feito pelo condado. Até agora apenas cduas das 93 vítimas confirmadas. A polícia local sublinhou que o processo será lento, já que é necessária uma verificação genética ou dentária.
O governador Josh Green disse que os incêndios já são já a "maior catástrofe natural que o Havaí já viveu", segundo a emissora CNN, ultrapassando as 61 mortes confirmadas na sequência de um tsunami em 1960. Antes de o Havaí se tornar um estado, em 1959, um tsunami em 1946 matou 158 pessoas.
O governador também estimou as perdas materiais em cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 29,4 bilhões).
"Se olharmos para o que se viu agora em West Maui, 2,2 mil estruturas foram destruídas ou danificadas, 86% são residenciais", frisou Green.
De acordo com as autoridades locais, mais de 14 mil pessoas foram retiradas da ilha de Maui na quarta-feira, 9, enquanto cerca de 14,5 mil foram deslocadas para outras ilhas próximas na sexta-feira, 11.
Revolta por falha de alarmes
O prefeito do condado de Lahaina, Richard Bissen, disse que 80% da antiga capital do arquipélago, e uma das zonas turísticas mais populares do Havaí, foi completamente destruída pelas chamas originadas pelo furacão Dora. A causa dos incêndios ainda é desconhecida, mas os moradores estão confusos e irritados com a falta de alertas. Sirenes estacionadas ao redor da ilha - destinadas a alertar sobre desastres naturais iminentes - não soaram.
Alertas foram enviados por celulares, estações de TV e rádio, mas o alcance foi limitado devido a falhas de energia.
"Você sabe quando descobrimos que havia um incêndio? Quando estava do outro lado da rua", disse à agência de notícias AFP Vilma Reed, de 63 anos, no estacionamento de um centro para desabrigados.
md (AFP, Lusa, AP, Reuters)