Somos a 1ª geração que entendeu a crise climática e a última que pode freá-la

As empresas têm o poder e a responsabilidade de liderar a mudança

19 jul 2024 - 06h15
Foto: Freepik

Estamos vivendo um momento crucial na história da humanidade. Pela primeira vez, temos uma compreensão mais clara da crise climática, de suas causas e consequências devastadoras para o meio ambiente e para as pessoas. Ao mesmo tempo, somos a última geração que tem a oportunidade de agir decisivamente para mitigar seus impactos. 

Não existe uma “guerra” entre seres humanos e Natureza. Nós somos a Natureza e estamos promovendo nossa autodestruição com a forma em que consumimos. A produção e o consumo consciente são urgentemente necessários e indispensáveis para nossa sobrevivência. Nesse cenário, as empresas têm um papel fundamental a desempenhar e contribuir para um futuro melhor.

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A educação socioambiental deve ser incorporada em todas as áreas das empresas. Isso significa, não basta ter uma equipe destinada a pensar esses temas, é necessário instituir o tema de forma transversal, desde os operários da fábrica até a alta governança. Contemplando a substituição de descartáveis até letramento de Diversidade & Inclusão. Uma abordagem eficaz é designar um multiplicador de conhecimento por equipe responsável por disseminar informações com fontes confiáveis.

Nesse sentido, experiências teóricas se complementam com vivências práticas, como, por exemplo, visitar uma cooperativa de reciclagem. É essencial investir no desenvolvimento do pensamento crítico dos colaboradores, para que as propostas já venham com esse direcionamento. Muitos de nós não tivemos uma formação socioambiental adequada em casa ou na escola, o que torna necessário começar do básico. 

Para serem verdadeiramente responsáveis, as empresas devem examinar cada etapa do ciclo de vida de seus produtos e serviços. Isso inclui, produtos e serviços que resolvem problemas:

- Origem da Matéria-Prima: de onde vêm os materiais utilizados? São fontes sustentáveis e eticamente obtidas?

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- Práticas de Produção: minimizam o impacto ambiental e utilizam energias renováveis e reduzem o desperdício?

- Deslocamento: como os produtos são transportados? Há alternativas menos poluentes?

- Complexidade nas Embalagens: as embalagens são recicláveis ou compostáveis? Elas são excessivamente complexas ou podem ser simplificadas?

- Condições Humanas: os trabalhadores envolvidos no processo de produção estão em condições dignas e justas?

Governança que prioriza impacto positivo

A governança corporativa deve ser reestruturada para priorizar decisões que gerem impacto positivo. Isso significa que o ESG (Ambiental, Social e Governança) deve sair da teoria e ser integrado na prática diária das empresas. A responsabilidade ambiental não pode ser um apêndice das operações, mas sim o coração de todas as decisões corporativas. Para isso, é necessário ter ao menos um membro especialista em ESG/CLIMA no Conselho Executivo e Deliberativo.

A crise climática é o desafio definidor de nossa era. As empresas têm o poder e a responsabilidade de liderar a mudança. Ao educar seus colaboradores, adotar práticas de produção responsáveis, reformular suas estratégias de marketing e implementar uma governança voltada para o impacto positivo, as empresas podem ser protagonistas na criação de um futuro mais sustentável. 

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O tempo para agir é agora. Somos a primeira geração que entende a crise climática e a última que pode freá-la. Que possamos ser protagonistas desse desafio histórico.

(*) Cella Zambardino é diretora de impacto e sócia-fundadora da Positiv.a

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