O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse apoiar plenamente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao mencionar as queimadas na Amazônia. A manifestação do americano vem em meio à pressão internacional sobre a política ambiental do governo brasileiro, especialmente vinda dos países europeus.
"Conheci bem o presidente Bolsonaro nas nossas negociações com o Brasil. Ele está trabalhando duro nos incêndios na Amazônica e, em todos os aspectos, está fazendo um grande trabalho para o povo do Brasil — não é fácil. Ele e seu País tem o apoio total e completo dos EUA!", escreveu Trump em sua conta de Twitter na manhã desta terça-feira, 27.
Na sexta-feira, 23, Trump e Bolsonaro conversaram ao telefone. O americano ofereceu ajuda dos EUA para combater as queimadas na região da Amazônia. Com a ligação, o governo brasileiro esperava o apoio americano durante a reunião do G-7. O tema, segundo interlocutores do governo brasileiro, foi tratado na conversa entre os dois presidentes. A visão é de que os EUA apoiam uma postura de soberania do Brasil.
Os elogios de Trump dão força à narrativa do governo brasileiro que busca isolar o francês Emmanuel Macron, uma das vozes mais críticas à Bolsonaro sobre a política ambiental. Na segunda-feira, o Planalto chegou a informar que vai recusar os US$ 20 milhões, o equivalente a R$ 83 milhões, anunciados por Macron em nome dos países que formam o G-7.
Na manhã desta terça-feira, Bolsonaro disse que pode reconsiderar a ajuda emergencial do G-7 caso Macron retire "insultos" contra ele e a ideia de que a internacionalização da Amazônia está "em aberto". Bolsonaro não mostrou, no entanto, qualquer intenção de pedir desculpas à primeira-dama francesa, Brigitte Macron.
Trump esteve ausente do debate sobre mudanças climáticas no G-7, no qual os países decidiram estabelecer a doação à Amazônia. Um representante do governo americano, no entanto, esteve na reunião. A ausência do americano foi destaque na imprensa americana. O presidente dos Estados Unidos tem se mantido em lado oposto aos europeus no debate de proteção ambiental. Ele retirou os EUA do Acordo de Paris e, em junho, durante o G-20, mais uma vez se manteve isolado diante da renovação de compromisso dos demais países em tomar medidas para conter a mudança climática.