Após a forte tempestade que deixou parte da Grande São Paulo sem luz na noite da última sexta-feira, 11, a Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, informou que ainda havia 1,35 milhão de clientes sem energia neste sábado, 12, de acordo com atualização das 18h40.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Nas redes sociais, moradores relataram que a empresa emitiu previsão de retorno da energia para segunda-feira, 14, mais de 60 horas após o apagão na região metropolitana.
No X (antigo Twitter), um morador de Santo André relatou que o abastecimento estava normal após o temporal de sexta, mas que o fornecimento de energia foi interrompido na manhã deste sábado. Em mensagem, a concessionária informou que a previsão de retomada era às 13h de segunda.
Mais cedo, o presidente da empresa, Guilherme Lencastre, disse que não tinha previsão para a retomada total do abastecimento de energia elétrica na Grande São Paulo.
Segundo o gestor, as áreas mais afetadas foram as zonas oeste e sul de São Paulo, assim como os municípios de Taboão da Serra, São Bernardo, Santo André e Diadema.
"Continuamos trabalhando de forma ininterrupta e incansável para ter melhor infraestrutura e recuperar o mais rápido possível", afirmou Lencastre em coletiva. "Não está dando prazo porque precisa ter dimensionamento melhor", salientou.
Priorização na retomada
A operação para o reestabelecimento de energia deverá priorizar os clientes eletrodependentes, de acordo com a Enel, como empresas que dependem do abastecimento e serviços essenciais, como hospitais e transportes.
A Sabesp, responsável pelo abastecimento de água, é uma das empresas mais afetadas pela falta de energia elétrica na Grande São Paulo e está na lista de prioridades da Enel. Clientes, inclusive, foram orientados a usar água armazenada nas caixas de forma consciente.
Um dos principais danos identificados foi em uma rede de alta tensão na região oeste, atingida por uma árvore de grande porte. Uma das justificativas é que os ventos foram recorde, acima do que esperavam para o temporal de sexta.
"A gente está vendo eventos climáticos no mundo inteiro, as redes no Brasil são majoritariamente aéreas e estão suscetíveis a esse tipo de evento climático. A gente precisa encarar essa realidade, temos que trabalhar para que essa resiliência seja maior", afirmou Lencastre.
Foi na região sul de São Paulo onde, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados ventos de 108 km/h. A medição aconteceu na estação meteorológica de Interlagos.
Na zona norte, o Aeroporto Campo de Marte registrou uma rajada de 88 km/h às 19h44 da sexta. Outra estação localizada na região, a do Mirante de Santana, operada pelo Inmet, registrou 75 km/h entre 19h e 20h.
Balanço das chuvas
A forte chuva que atingiu a Grande São Paulo e municípios do interior do Estado na noite de sexta-feira deixou ao menos sete pessoas mortas, segundo informou na manhã deste sábado a Defesa Civil.
Ao todo, 2,6 milhões de consumidores ficaram sem energia durante o temporal que antigiu o Estado. Desse total, 2,1 milhões foram na área de concessão da Enel-SP.
A tempestade provocou uma morte na capital, devido a uma queda de árvore em um condomínio. Na cidade de Diadema, na Grande São Paulo, foi registrado um outro óbito em decorrência também de uma queda de uma árvore.
De acordo com os dados históricos (registros desde 1995), as rajadas de vento registradas na região metropolitana foram recorde, com ventos na casa dos 107,6 km/h.
A chuva também casou deslizamento e desmoronamento. Em Cotia, na Grande São Paulo, duas pessoas foram socorridas em estado grave em um desmoronamento e, em seguida, faleceram. Em Bauru, no interior, foram registradas três mortes, onde um muro caiu em cima de um homem, uma mulher e uma criança.
No total, ao menos 98 municípios do Estado registraram fortes chuvas com rajadas de vento.