A soteropolitana Liliane Patrícia Barreto dos Santos é visitada todos os dias por um amigo inusitado: um beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura). Com mais de 38 mil seguidores no Instagram, a mulher compartilha seu dia a dia no trabalho, sempre acompanhada da ave.
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Vídeos mostrando a interação de Liliane com o beija-flor começaram a ganhar visibilidade nas redes sociais. Uma única publicação da atendente de farmácia, de Salvador (BA), tem mais de 5 milhões de visualizações.
Na gravação, ela interage com o beija-flor enquanto realiza um atendimento. "Ele veio te ver, é?", pergunta o cliente. "É, ele que vem me ver", responde a mulher.
Liliane explica que recebeu a visita do beija-flor pela primeira vez em 25 de dezembro de 2023. "Pensa que presente maravilhoso. Foi o beija-flor que apareceu lá. Do nada, ele entrou na farmácia e começou a frequentar diariamente. Até hoje está lá, essa presença maravilhosa", diz em live transmitida em seu Instagram.
Segundo a mulher, o seu chefe não se importa com a presença da ave todos os dias na farmácia em que ela trabalha. "A farmácia está ficando famosa. A farmácia não é mais dele, é do 'Beija'. As pessoas chegam lá e perguntam: 'É a farmácia do Beija?'", brinca Liliane. "Beija" é o apelido carinhoso que ela deu para o pássaro.
"Eu não acredito em coincidências, nem acaso. Eu acredito no espiritual, algo de Deus, coisa divina, porque não tem explicação. O beija-flor é um bichinho arisco, ele não chega perto de ninguém. E o meu 'beija' chega perto, ele senta na minha cabeça e para. É divino", explica.
Qual a explicação para esta amizade inusitada?
A amizade entre Liliane e o beija-flor é inusitada, já que o beija-flor não enxerga, naturalmente, o ser humano como alguém para cooperar. De acordo com o biólogo Juan Espanha, o beija-flor é uma ave muito curiosa.
"Algumas espécies de beija-flor são muito curiosas e elas se aproximam dos seres humanos para observar, para ver alguma coisa. Outra relação que pode acontecer é o beija-flor ser atraído pelo humano, com jardins, plantas", afirma em entrevista ao Terra.
No entanto, este não é o caso da atendente, tendo em vista que a ave passou a visitá-la em seu local de trabalho, que não possuía comida ou bebedouro. Além disso, não há ninhos nos arredores.
"A gente tem a possibilidade também de uma pessoa encontrar o filhote, que caiu do ninho, e a pessoa cuidar do filhote. E aí temos um fenômeno que não é exclusivo dos beija-flores, mas de qualquer filhote de ave. Ele cria essa conexão com o ser humano que está cuidando dele", explica.
Em poucos dias, o encontro entre Liliane e "Beija" completará 1 ano. Em homenagem a ave, ela tatuou a imagem de um beija-flor em seu braço, mas revelou que pretende agradar o animal com flores para o dia especial: "Ele merece".