Em meio aos mais de 11 mil resgates de animais durante os temporais que assolam o Rio Grande do Sul, uma operação chamou atenção após equipes do Corpo de Bombeiros retirarem uma égua do terceiro andar de um prédio residêncial em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre.
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A égua batizada de Sarita tem oito anos e estava há 10 dias no apartamento antes de ser resgatada por equipes do Corpo de Bombeiros, na noite da última terça-feira, 14. À RBS TV, o catador de recicláveis Dirceu Mathias, dono do animal, explicou que a decisão de levar o animal foi 'o que estava ao alcance' em meio à enchente.
Além de Sarita, Dirceu também levou o bezerro Fred, de um ano, para o apartamento, enquanto o nível da água subia, no dia 4 de maio. "A gente estava apavorado. A água estava subindo e eu não tinha para onde levar eles", disse o tutor, que ressaltou não conhecer os donos do apartamento onde deixou os animais.
Sem embarcação para transportar Sarita e Fred durante a enchente, Dirceu recorreu a protegê-los no prédio. Inicialmente, os levou para o salão de festas. No entanto, com o aumento da água, os levou para o terceiro andar do condomínio com a ajuda de um sobrinho.
"Acho que o amor aos animais me fez eu fazer isso daí. Porque eles são de estimação nossa, eu consegui, na garra de Deus, ter força para empurrar eles escada acima", afirmou Dirceu, que recebeu autorização do síndico do prédio para abrigar os animais.
Retirado dias antes, o bezerro foi levado a uma propriedade rural do síndico do prédio. Já a égua, resgatada na noite da última terça, foi levada a uma propriedade particular na região de Novo Hamburgo. Lá, Sarita recebe alimentação, medicação e é cuidada pelos veterinários que atuaram no resgate.
Operação de resgate
A elevação do Rio dos Sinos provocou níveis recordes de enchentes na região do Vale do Sinos e, em São Leopoldo, obrigou mais de 100 mil pessoas a deixarem suas casas. Foi assim que Sarita acabou no terceiro andar do condomínio residêncial.
Ao Terra, a major dos bombeiros Josiane Teloeken explicou que, para a retirada do animal, foi necessário o uso de uma espécie de tirolesa para levantar a égua e levá-la em segurança até um barco. Essa técnica é chamada de “salvamento nas alturas”. Ainda não há informações sobre para onde ela foi encaminhada.
“Os meninos foram até o local junto com veterinários, que informaram que se ela não fosse retirada ela morreria, pois ela já estava bem frágil. Não havia outra possibilidade de fazer [antes o resgate], pois estava alagado”, pontuou a major.
No salvamento, atuaram duas equipes especializadas compostas por militares do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Sul.